com as alterações introduzidas por: declaração de retificação n.º 82/2007; lei n.º 8/2011; lei n.º 40/2014; lei n.º 78/2015; lei n.º 7/2020; lei n.º 74/2020; declaração de retificação n.º 2-a/2021; diploma aprova a lei da televisão, que regula o acesso à actividade de televisão e o seu exercício a assembleia da república decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da constituição, o seguinte: alterações alterado pelo/a artigo 8.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
índice – diploma — capítulo i disposições gerais ● artigo 1.º objeto ● artigo 1.º-a regimes aplicáveis ● artigo 2.º definições ● artigo 3.º âmbito de aplicação ● artigo 4.º transparência da propriedade e da gestão revogado ● artigo 4.º-a obrigações de identificação ● artigo 4.º-b concorrência, não concentração e pluralismo ● artigo 5.º serviço público ● artigo 6.º princípio da cooperação ● artigo 7.º áreas de cobertura ● artigo 8.º tipologia de serviços de programas televisivos ● artigo 9.º fins da atividade de televisão ● artigo 10.º normas técnicas ● artigo 10.º-a integridade dos programas e serviços de comunicação social audiovisual — capítulo ii acesso à atividade de televisão ● artigo 11.º requisitos dos operadores ● artigo 12.º restrições ● artigo 13.º modalidades de acesso ● artigo 14.º planificação de frequências ● artigo 15.º concurso público para serviços de programas de acesso não condicionado livre ● artigo 16.º concurso público para serviços de programas de acesso não condicionado com assinatura e condicionado ● artigo 17.º instrução dos processos ● artigo 18.º atribuição de licenças ou autorizações ● artigo 19.º registo dos operadores ● artigo 20.º início das emissões ● artigo 21.º observância do projeto aprovado ● artigo 22.º prazo das licenças ou autorizações ● artigo 23.º avaliação intercalar ● artigo 24.º extinção e suspensão das licenças ou autorizações — capítulo iii distribuição de serviços de programas televisivos ● artigo 25.º operadores de distribuição — capítulo iv programação e informação — secção i liberdade de programação e de informação ● artigo 26.º autonomia dos operadores ● artigo 27.º limites à liberdade de programação ● artigo 28.º limites às liberdades de receção e de retransmissão - artigo 29.º anúncio da programação - artigo 30.º divulgação obrigatória - artigo 31.º propaganda política - artigo 32.º aquisição de direitos exclusivos - artigo 33.º direito a extractos informativos - secção ii obrigações dos operadores - artigo 34.º obrigações gerais dos operadores - artigo 34.º-a acessibilidade - artigo 35.º responsabilidade e autonomia editorial - artigo 36.º estatuto editorial - artigo 37.º serviços noticiosos - artigo 38.º conselho de redacção e direito de participação dos jornalistas - artigo 39.º número de horas de emissão - secção iii comunicações comerciais audiovisuais - subsecção i publicidade televisiva e televenda - artigo 40.º tempo reservado à publicidade televisiva e à televenda - artigo 40.º-a identificação e separação - artigo 40.º-b inserção - artigo 40.º-c telepromoção - subsecção ii outras formas de comunicação comercial audiovisual - artigo 41.º patrocínio - artigo 41.º-a colocação de produto e ajuda à produção - artigo 41.º-b comunicações comerciais audiovisuais virtuais - artigo 41.º-c tempo de emissão - artigo 41.º-d interactividade - secção iv identificação dos programas e gravação das emissões - artigo 42.º identificação dos programas - artigo 43.º gravação das emissões - secção v difusão de obras áudio-visuais - artigo 44.º defesa da língua portuguesa - artigo 45.º produção europeia - artigo 46.º produção independente - artigo 47.º critérios de aplicação - artigo 48.º apoio à produção - artigo 49.º dever de informação - capítulo v serviço público - artigo 50.º princípios - artigo 51.º obrigações específicas da concessionária do serviço público de televisão - artigo 52.º concessão de serviço público de televisão - artigo 53.º primeiro serviço de programas generalista de âmbito nacional - artigo 54.º segundo serviço de programas generalista de âmbito nacional - artigo 55.º serviços de programas televisivos de âmbito internacional - artigo 56.º serviços de programas televisivos de âmbito regional - artigo 57.º financiamento e controlo da execução - capítulo vi direitos de antena, de resposta e de réplica política secção i disposição comum ● artigo 58.º contagem dos tempos de emissão secção ii direito de antena ● artigo 59.º acesso ao direito de antena ● artigo 60.º limitação do direito de antena ● artigo 61.º emissão e reserva do direito de antena ● artigo 62.º caducidade do direito de antena ● artigo 63.º direito de antena em período eleitoral secção iii direito de réplica política ● artigo 64.º direito de réplica política dos partidos da oposição secção iv direitos de resposta e de rectificação ● artigo 65.º pressupostos dos direitos de resposta e de rectificação ● artigo 66.º direito ao visionamento ● artigo 67.º exercício dos direitos de resposta e de rectificação ● artigo 68.º decisão sobre a transmissão da resposta ou rectificação ● artigo 69.º transmissão da resposta ou da rectificação capítulo vi-a plataformas de partilha de vídeo ● artigo 69.º-a direitos humanos e proteção de crianças e jovens ● artigo 69.º-b proteção dos consumidores ● artigo 69.º-c funcionalidades obrigatórias ● artigo 69.º-d adequação das medidas ● artigo 69.º-e corregulação e autorregulação ● artigo 69.º-f resolução de litígios capítulo vii responsabilidade secção i responsabilidade civil ● artigo 70.º responsabilidade civil secção ii regime sancionatório ● artigo 71.º crimes cometidos por meio de serviços de programas televisivos e de serviços audiovisuais a pedido ● artigo 72.º actividade ilegal de televisão ● artigo 73.º desobediência qualificada ● artigo 74.º atentado contra a liberdade de programação e informação ● artigo 75.º contra-ordenações leves ● artigo 76.º contra-ordenações graves ● artigo 77.º contra-ordenações muito graves ● artigo 77.º-a contra-ordenações praticadas por serviços audiovisuais a pedido revogado ● artigo 78.º responsáveis ● artigo 79.º infração cometida em tempo de antena ● artigo 80.º atenuação especial e dispensa da suspensão e da coima ● artigo 81.º agravação especial ● artigo 82.º revogação da licença ou da autorização ● artigo 83.º suspensão da execução ● artigo 84.º processo abreviado ● artigo 85.º suspensão cautelar da transmissão revogado ● artigo 86.º receção e retransmissão de serviços de comunicação social audiovisual ● artigo 86.º-a deslocalização de emissões ● artigo 86.º-b limitações à oferta de serviços audiovisuais a pedido ● artigo 86.º-c cooperação com entidades reguladoras de outros estados-membros e com a comissão europeia – secção iii disposições especiais de processo ● artigo 87.º forma do processo ● artigo 88.º competência territorial ● artigo 89.º suspensão cautelar em processo por crime revogado ● artigo 90.º regime de prova ● artigo 91.º difusão das decisões – capítulo viii conservação do património televisivo ● artigo 92.º depósito legal – capítulo ix disposições finais e transitórias ● artigo 93.º competências de regulação ● artigo 93.º-a literacia mediática ● artigo 93.º-b proteção de dados relativos a crianças e jovens ● artigo 94.º reserva de capacidade ● artigo 95.º alterações supervenientes ● artigo 96.º remissões ● artigo 97.º norma transitória ● artigo 98.º norma revogatória
disposições gerais
objeto a presente lei tem por objeto regular o acesso e o exercício de atividades de comunicação social audiovisual, nomeadamente de televisão e de serviços audiovisuais a pedido, bem como certos aspetos relativos à oferta ao público de serviços de plataformas de partilha de vídeo e dos respetivos conteúdos, transpondo para a ordem jurídica interna a diretiva (ue) 2018/1808 do parlamento europeu e do conselho, de 14 de novembro de 2018, que altera a diretiva 2010/13/ue relativa à coordenação de certas disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos estados-membros respeitantes à oferta de serviços de comunicação social audiovisual (diretiva serviços de comunicação social audiovisual), para a adaptar à evolução das realidades do mercado, doravante diretiva serviços de comunicação social audiovisual. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17 alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
regimes aplicáveis
1 - são ainda aplicáveis aos serviços audiovisuais a pedido e aos serviços de plataformas de partilha de vídeo as regras relativas aos serviços da sociedade de informação e ao comércio eletrónico constantes do decreto-lei n.º 7/2004, de 7 de janeiro, que se adequem à sua natureza desde que não contrariem o disposto na presente lei.
2 - sem prejuízo do disposto na presente lei, aplica-se ainda às comunicações comerciais audiovisuais, com as necessárias adaptações, o disposto no código da publicidade, aprovado pelo decreto-lei n.º 330/90, de 23 de outubro, e legislação complementar, bem como na lei n.º 37/2007, de 14 de agosto, e no decreto-lei n.º 176/2006, de 30 de agosto. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17 aditado pelo/a artigo 3.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
definições
1 - para efeitos da presente lei, entende-se por: a) «atividade de televisão» a atividade que consiste na organização, ou na seleção e agregação, de serviços de programas televisivos com vista à sua transmissão, destinada à receção pelo público em geral; b) 'ajuda à produção' a comunicação comercial audiovisual que consiste na inclusão ou referência a um bem ou serviço num programa a título gratuito; c) 'autopromoção' a comunicação comercial audiovisual difundida pelo operador de televisão ou por um operador de serviços audiovisuais a pedido relativa aos seus próprios produtos e serviços, incluindo os serviços de programas televisivos, os serviços audiovisuais a pedido, os programas e produtos conexos com ele diretamente relacionados, bem como as obras cinematográficas e audiovisuais em que tenham participado financeiramente; d) 'colocação de produto', a comunicação comercial audiovisual que consiste na inclusão ou referência a um bem ou serviço, ou à respetiva marca comercial, num programa ou num vídeo gerado pelos utilizadores, a troco de pagamento ou retribuição similar; e) 'comunicação comercial audiovisual', a apresentação de imagens, com ou sem som, visando promover, direta ou indiretamente, os produtos, os serviços ou a imagem de uma pessoa singular ou coletiva que exerce uma atividade económica, incluindo as que acompanham um programa ou um vídeo gerado pelos utilizadores, ou neles estejam incluídas, a troco de pagamento ou retribuição similar, ou para fins autopromocionais, podendo, nomeadamente, revestir as modalidades de publicidade televisiva, menção de patrocínio, televenda, colocação de produto, menção de ajuda à produção, telepromoção ou de autopromoção; f) 'comunicação comercial audiovisual virtual' a comunicação comercial audiovisual resultante da substituição, por meios eletrónicos, de outras comunicações comerciais; g) 'domínio' a relação existente entre uma pessoa singular ou coletiva e uma empresa quando, independentemente de o domicílio ou a sede se situar em portugal ou no estrangeiro, aquela possa exercer sobre esta, direta ou indiretamente, uma influência dominante, considerando-se, em qualquer caso, existir domínio quando uma pessoa singular ou coletiva: i) detém uma participação maioritária no capital social ou a maioria dos direitos de voto; ii) pode exercer a maioria dos direitos de voto, nos termos de acordo parassocial; ou iii) pode nomear ou destituir a maioria dos titulares dos órgãos de administração ou de fiscalização; h) 'obra criativa' a produção cinematográfica ou audiovisual assente em elementos estruturados de criação, considerando-se como tal, para efeitos de preenchimento das percentagens previstas na secção x do capítulo iv da presente lei, longas e curtas-metragens de ficção e animação, documentários, telefilmes e séries televisivas e ainda, para os mesmos efeitos, as reportagens televisivas, os programas didáticos, musicais, artísticos e culturais, desde que passíveis de proteção pelo direito de autor; i) 'obra de produção independente', a obra cinematográfica e audiovisual produzida por um produtor independente e que satisfaça cumulativamente os seguintes requisitos: i) detenção, pelo produtor independente, da titularidade dos direitos sobre a obra produzida, com a clara definição contratual da duração e dos limites dos direitos de difusão cedidos aos operadores de televisão, sendo que, em caso de coproduções entre produtores independentes e outros operadores, designadamente operadores de televisão, operadores de serviços audiovisuais a pedido ou distribuidores, a qualificação como obra de produção independente depende, precisamente, dessa detenção pelo produtor independente; ii) obra produzida com autonomia criativa e liberdade na forma de desenvolvimento, nomeadamente no que respeita à escolha dos estúdios, atores, meios e distribuição, sendo que, em caso de coproduções entre produtores independentes e outros operadores, designadamente operadores de televisão, operadores de serviços audiovisuais a pedido ou distribuidores, as decisões relativamente à produção sejam adotadas por acordo, tendo em vista a qualidade técnica e artística da obra; j) 'obra europeia', a produção cinematográfica ou audiovisual que reúna os requisitos fixados na alínea n) do n.º 1 do artigo 1.º da diretiva 2010/13/ue do parlamento europeu e do conselho, de 10 de março de 2010; l) «operador de distribuição» a pessoa coletiva responsável pela seleção e agregação de serviços de programas televisivos e pela sua disponibilização ao público, através de redes de comunicações eletrónicas; m) 'operador de serviços audiovisuais a pedido' a pessoa singular ou coletiva responsável pela seleção e organização dos conteúdos dos serviços audiovisuais a pedido sob a forma de catálogo; n) 'operador de televisão' a pessoa coletiva legalmente habilitada para o exercício da atividade de televisão, responsável pela organização de serviços de programas televisivos; o) 'patrocínio', uma contribuição, feita por uma empresa pública ou privada ou por uma pessoa singular não envolvidas na oferta de serviços de comunicação social audiovisual ou de fornecedores de plataformas de partilha de vídeos, nem na produção de obras audiovisuais, para o financiamento de serviços de comunicação social audiovisual, de serviços de plataformas de partilha de vídeos, de vídeos gerados pelos utilizadores ou de programas a fim de promover o seu nome, a sua marca, a sua imagem, as suas atividades ou os seus produtos; p) 'produtor independente' a pessoa coletiva cuja atividade principal consista na produção de obras cinematográficas ou audiovisuais, desde que se verifiquem cumulativamente os seguintes requisitos: i) capital social não detido, direta ou indiretamente, em mais de 25 % por um operador de televisão ou em mais de 50 % no caso de vários operadores de televisão; ii) limite anual de 90 % de vendas para o mesmo operador de televisão; q) 'programa', um conjunto de imagens em movimento, com ou sem som, que constitui um elemento autónomo, independentemente da sua duração, da grelha de programação de um serviço televisivo, de um catálogo de um serviço audiovisual a pedido ou de um serviço de plataforma de partilha de vídeos, incluindo as longas-metragens cinematográficas, os videoclipes, a transmissão de acontecimentos desportivos, as comédias de costumes (sitcom), os documentários, os programas infantis e as séries televisivas; r) 'publicidade televisiva' a comunicação comercial audiovisual difundida em serviços de programas televisivos a troco de remuneração ou retribuição similar, ou com caráter autopromocional, por uma pessoa singular ou coletiva, pública ou privada, relacionada com uma atividade comercial, industrial, artesanal ou profissão liberal, com o objetivo de promover o fornecimento, mediante pagamento, de produtos ou serviços, incluindo bens imóveis, direitos e obrigações; s) 'serviço audiovisual a pedido' ou 'serviço audiovisual não linear' a oferta ao público em geral de um catálogo de programas e dos conteúdos em texto que os acompanham, designadamente legendagem e guias eletrónicos de programação, selecionados e organizados sob responsabilidade de um operador de serviços audiovisuais a pedido, para visionamento de um utilizador, a pedido individual e num momento por este escolhido, por meio de redes de comunicações eletrónicas, na aceção da lei n.º 5/2004, de 10 de fevereiro, não se incluindo neste conceito: i) qualquer forma de comunicação de caráter privado; ii) conteúdos audiovisuais produzidos por utilizadores particulares para serem partilhados preferencialmente no âmbito de grupos com interesses comuns; iii) versões eletrónicas de jornais e revistas e conteúdos audiovisuais complementares; t) 'serviço de programas televisivo' o conjunto sequencial e unitário dos elementos da programação fornecido por um operador de televisão, organizado com base numa grelha de programação; u) 'telepromoção' a publicidade televisiva inserida no decurso da interrupção cênica de um programa através do anúncio de bens ou serviços pelo respetivo apresentador; v) 'televenda' a comunicação comercial audiovisual que consiste na difusão de ofertas diretas ao público com vista ao fornecimento de bens ou serviços mediante pagamento; x) 'televisão' a transmissão, codificada ou não, de imagens não permanentes, com ou sem som, através de uma rede de comunicações eletrónicas, destinada à receção em simultâneo pelo público em geral, não se incluindo neste conceito: i) os serviços de comunicações destinados a serem recebidos apenas mediante solicitação individual; ii) a mera retransmissão de emissões alheias; iii) a transmissão pontual de eventos, através de dispositivos técnicos instalados nas imediações dos respetivos locais de ocorrência e tendo por alvo o público aí concentrado. z) 'serviço de comunicação social audiovisual', um serviço na aceção dos artigos 56.º e 57.º do tratado sobre o funcionamento da união europeia, que reveste a modalidade de serviço audiovisual a pedido ou serviço de programas televisivo, tal como definidos respetivamente nas alíneas s) e t), que no seu todo ou numa parte dissociável tem como principal finalidade a oferta ao público em geral de: i) programas destinados a informar, distrair ou educar, sob a responsabilidade editorial de um operador de serviços audiovisuais a pedido ou de um operador de televisão, tal como definidos, respetivamente, nas alíneas m) e n); e ou ii) comunicações comerciais audiovisuais. aa) 'serviço de plataforma de partilha de vídeos', um serviço na aceção dos artigos 56.º e 57.º do tratado sobre o funcionamento da união europeia que, no seu todo ou em parte dissociável, tem como principal finalidade ou como funcionalidade essencial a oferta ao público em geral de programas e ou de vídeos gerados pelos utilizadores, sendo: i) a respetiva organização determinada pelo fornecedor da plataforma de partilha de vídeos, nomeadamente por meios automáticos ou por algoritmos, em particular através da apresentação, da identificação e da sequenciação, mas não exercendo tais fornecedores responsabilidade editorial sobre os programas e ou vídeos gerados pelos utilizadores; ii) destinados a formar, informar ou entreter; e iii) difundidos através de redes de comunicações eletrónicas, na aceção do n.º 4 do artigo 2.º do código europeu das comunicações eletrónicas; bb) 'vídeo gerado pelos utilizadores', um conjunto de imagens em movimento, com ou sem som, que: i) constitui um elemento autónomo, independentemente da sua duração; ii) é criado por um ou mais utilizadores; e iii) é carregado para uma plataforma de partilha de vídeos pelo utilizador que o criou ou por outros utilizadores; cc) 'responsabilidade editorial', o exercício de um controlo efetivo nos termos dos n.os 1 a 3 do artigo 35.º, tanto sobre a seleção de programas e sequência cronológica da sua emissão, sob a forma de grelha de programas no caso das emissões televisivas, como sobre a sua organização sob a forma de catálogo, no caso dos serviços audiovisuais a pedido; dd) 'decisão editorial', uma decisão tomada regularmente para efeitos do exercício da responsabilidade editorial e que está ligada ao funcionamento do serviço de comunicação social audiovisual; ee) 'fornecedor de plataformas de partilha de vídeos', uma pessoa singular ou coletiva que presta um serviço de plataforma de partilha de vídeos; ff) 'baixo volume de negócios', quando os proveitos relevantes na aceção do n.º 6 do artigo 14.º-a da lei n.º 55/2012, de 6 de setembro, forem inferiores a 200 000 (euro) ano; gg) 'baixas audiências', quando as audiências de um operador de televisão ou de um operador de serviços audiovisuais a pedido forem inferiores a 0,5 % considerando, conforme os casos, as audiências totais dos vários operadores ou o número de subscritores ativos.
2 - (revogado.)
3 - o fornecimento de programas e de vídeos gerados pelos utilizadores é considerado como constituindo uma funcionalidade essencial do serviço de redes sociais se o conteúdo audiovisual não for meramente acessório em relação às atividades desse serviço de redes sociais, ou se não constituir uma parte menor dessas atividades.
4 - compete à erc - entidade reguladora para a comunicação social verificar o preenchimento dos requisitos referidos no número anterior, tendo em conta as orientações estabelecidas pela comissão europeia.
5 - quando apenas uma parte dissociável do serviço prestado corresponda à definição de serviço de comunicação social audiovisual, só essa parte do serviço é abrangida pela presente lei. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17 alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
âmbito de aplicação
1 - estão sujeitos às disposições da presente lei: a) os serviços de programas televisivos transmitidos por operadores que prossigam a atividade de televisão sob jurisdição do estado português; b) os serviços audiovisuais a pedido disponibilizados por operadores que procedam à sua oferta sob jurisdição do estado português. c) os serviços de plataforma de partilha de vídeos disponibilizados por fornecedores de plataformas de partilha de vídeos que procedam à sua oferta sob jurisdição do estado português.
2 - consideram-se sob jurisdição do estado português: a) os operadores de televisão e os operadores de serviços audiovisuais a pedido que satisfaçam os critérios definidos no artigo 2.º da diretiva serviços de comunicação social audiovisual; b) os fornecedores de plataformas de partilha de vídeos que satisfaçam os critérios definidos no artigo 28.º-a da diretiva serviços de comunicação social audiovisual.
3 - o disposto na alínea a) do número anterior é aplicável, com as necessárias adaptações, aos operadores de distribuição.
4 - os operadores de serviços audiovisuais a pedido, os operadores de televisão e os fornecedores de plataformas de partilha de vídeos informam a erc dos factos que sejam relevantes para a determinação da jurisdição nos termos dos números anteriores, bem como das respetivas alterações.
5 - o cumprimento da obrigação prevista no número anterior realiza-se: a) pela prática dos atos de registo, quando os factos a tal estejam sujeitos nos termos do quadro jurídico vigente; b) por comunicação escrita, por via postal registada ou para o endereço de correio eletrónico geral da erc, disponível no seu sítio na internet, nos demais casos, no prazo de 10 dias úteis a contar da ocorrência dos factos.
6 - a erc disponibiliza, através do seu sítio na internet, listas permanentemente atualizadas dos operadores de serviços audiovisuais a pedido, dos operadores de televisão e dos fornecedores de serviços de plataformas de partilha de vídeos que estão sob a jurisdição do estado português, indicando os critérios da diretiva serviços de comunicação social audiovisual em que a classificação se baseia.
7 - o governo notifica a comissão europeia do endereço eletrónico onde se encontram depositadas, no sítio da erc na internet, as listas atualizadas a que se refere o número anterior.
8 - a erc transmite as listas a que se refere o n.º 6, bem como as suas atualizações, ao membro do governo responsável pela área da comunicação social, que promove a sua comunicação à comissão europeia.
9 - sempre que da aplicação dos artigos 3.º, 4.º e 28.º-a da diretiva serviços de comunicação social audiovisual resultarem opções quanto às quais portugal e outro estado-membro não estejam de acordo, a erc dá conhecimento desse facto ao governo para que a questão seja apresentada à comissão europeia, nos termos e para os efeitos, consoante os casos, do n.º 5-c do artigo 2.º ou do n.º 7 do artigo 28.º-a da diretiva.
10 - as deliberações que a comissão europeia tomar nas situações referidas no número anterior são examinadas pelo governo, ouvida a erc, para ponderação da aceitação pelo estado português ou interposição de recurso. alterações alterado pelo/a artigo 2.º da/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17 alterado pelo/a artigo 2.º da/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
transparência da propriedade e da gestão revogado alterações revogado pelo/a artigo 20.º da/a lei n.º 78/2015 - diário da república n.º 146/2015, série i de 2015-07-29, em vigor a partir de 2015-10-27 alterado pelo/a artigo 2.º da/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
obrigações de identificação
1 - os operadores de televisão, de distribuição e de serviços audiovisuais a pedido, assim como os fornecedores de serviços de plataformas de partilha de vídeos, estão obrigados a divulgar, de forma a permitir um acesso fácil, direto e permanente: a) os respetivos nomes ou denominações sociais; b) a designação de cada serviço e os nomes dos diretores ou responsáveis por cada um deles, quando aplicável; c) o endereço geográfico em que se encontram estabelecidos; d) os seus meios de contacto, designadamente telefónicos, postais e eletrónicos, incluindo o sítio na internet; e) a identificação do estado-membro com jurisdição sobre o operador; f) a referência à jurisdição a que estão sujeitos e as autoridades reguladoras competentes e ou de supervisão competentes, bem como os respetivos contactos.
2 - no caso dos serviços de programas televisivos é ainda obrigatório disponibilizar permanentemente, exceto durante os blocos publicitários, um elemento visual que permita a identificação de cada serviço, sendo a informação prevista no número anterior divulgada: a) no respetivo sítio eletrónico, cujo endereço deve ser divulgado no princípio e no fim de cada serviço noticioso ou, quando não incluam programação informativa, durante as emissões a intervalos não superiores a quatro horas; b) caso existam e na medida em que seja viável, nos serviços complementares, tais como páginas de teletexto e guias eletrónicos de programação.
3 - nos serviços audiovisuais a pedido a informação prevista no n.º 1 é disponibilizada nas páginas eletrónicas que permitem o acesso aos respetivos programas.
4 - os operadores de serviços audiovisuais a pedido estão obrigados a comunicar à entidade reguladora para a comunicação social, por via eletrónica, o início e o fim da atividade de cada um dos seus serviços, os elementos a que se referem as alíneas a) a d) do n.º 1 e as respetivas atualizações.
5 - as comunicações a que se refere o número anterior são efetuadas nos 10 dias úteis subsequentes à ocorrência do facto que as justifica, não estando sujeitas a quaisquer taxas ou emolumentos. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17 aditado pelo/a artigo 3.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
concorrência, não concentração e pluralismo
1 - é aplicável aos operadores de televisão o regime geral de defesa e promoção da concorrência.
2 - as operações de concentração entre operadores de televisão sujeitas à intervenção da autoridade reguladora da concorrência são submetidas a parecer prévio da entidade reguladora para a comunicação social, o qual só é vinculativo quando se verifique existir fundado risco para a livre expressão e confronto das diversas correntes de opinião.
3 - nenhuma pessoa singular ou coletiva pode deter, direta ou indiretamente, designadamente através de uma relação de domínio, um número de licenças de serviços de programas televisivos de acesso não condicionado livre de âmbito nacional superior a 50 % do número total das licenças atribuídas a serviços de programas congéneres na mesma área de cobertura.
4 - a prática de actos jurídicos que envolvam a alteração do domínio de operadores que prossigam a atividade de televisão mediante licença só pode ocorrer três anos após a atribuição original da licença, dois anos após a modificação do projeto aprovado ou um ano após a última renovação e está sujeita a autorização da entidade reguladora para a comunicação social.
5 - a entidade reguladora para a comunicação social decide, ouvidos os interessados, no prazo de 30 dias úteis após verificação e ponderação das condições iniciais determinantes para a atribuição do título e dos interesses do auditório potencial dos serviços de programas fornecidos, garantindo a salvaguarda das condições que habilitaram a decidir sobre o projeto original ou sobre as alterações subsequentes.
6 - o disposto nos números anteriores é aplicável, com as necessárias adaptações, às pessoas coletivas de forma não societária, designadamente associações, cooperativas ou fundações que prossigam a atividade de televisão, devendo a entidade. reguladora para a comunicação social, caso estejam reunidos os pressupostos para a realização da operação, promover as respetivas alterações ao título de habilitação para o exercício da atividade. alterações aditado pelo/a artigo 3.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
serviço público
1 - o estado assegura a existência e o funcionamento de um serviço público de televisão, nos termos do capítulo v.
2 - o serviço público de televisão pode integrar serviços audiovisuais a pedido ou outros serviços audiovisuais necessários à prossecução dos seus fins.
princípio da cooperação
1 - a erc incentiva a adoção de mecanismos de corregulação, autorregulação e cooperação entre os diversos operadores de televisão, de serviços audiovisuais a pedido e dos fornecedores de plataformas de serviços de partilha de vídeos, que permitam alcançar os objetivos referidos nos números seguintes.
2 - o estado, a concessionária do serviço público e os restantes operadores de televisão e de serviços audiovisuais a pedido devem colaborar entre si na prossecução dos valores da dignidade da pessoa humana, dos direitos específicos das crianças e jovens, do estado de direito, da sociedade democrática e da coesão nacional, da promoção da língua e da cultura portuguesas e da proteção das crianças e jovens e dos consumidores, tendo em consideração as necessidades especiais de certas categorias de espetadores.
3 - os mecanismos previstos no n.º 1 devem: a) ser concebidos de molde a serem amplamente aceites pelas principais partes interessadas; b) definir de forma clara e inequívoca os seus objetivos; c) assegurar o acompanhamento e a avaliação regulares, transparentes e independentes do cumprimento dos objetivos visados; e d) prever a sua aplicação efetiva, incluindo sanções eficazes e proporcionadas.
4 - a erc promove, em particular, a adoção de mecanismos de corregulação e de autorregulação que, entre outros fins, visem, em formatos acessíveis, incluindo a língua gestual portuguesa, a legendagem e a audiodescrição, para informar ao público: a) reduzir a exposição das crianças e jovens a comunicações comerciais audiovisuais relativas a tabaco, bebidas alcoólicas ou outras substâncias estimulantes; b) reduzir a exposição das crianças e jovens a comunicações comerciais audiovisuais relativas a alimentos e a bebidas que contenham nutrientes e substâncias com efeitos nutricionais ou fisiológicos, em particular gorduras, ácidos gordos trans, sal ou sódio e açúcares, cuja presença em quantidades excessivas no regime alimentar não seja recomendada, e assegurar que essas comunicações comerciais audiovisuais não salientam a qualidade positiva dos aspetos nutricionais desses alimentos e dessas bebidas. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17
áreas de cobertura
1 - os serviços de programas televisivos podem ter cobertura de âmbito internacional, nacional, regional ou local, consoante se destinem a abranger, respetivamente: a) de forma predominantemente o território de outros países; b) a generalidade do território nacional, incluindo as regiões autónomas; c) um distrito ou um conjunto de distritos contíguos ou uma área metropolitana, no continente, ou um conjunto de ilhas, nas regiões autónomas; d) um município ou um conjunto de municípios contíguos e eventuais áreas limítrofes, de acordo com as exigências técnicas à necessária cobertura daqueles, no continente, ou uma ilha com vários municípios, nas regiões autónomas.
2 - a área geográfica consignada a cada serviço de programas televisivo de âmbito nacional deve ser coberta com o mesmo programa e sinal recomendado, salvo autorização em contrário, a conceder por deliberação da entidade reguladora para a comunicação social, e sem prejuízo da utilização de meios de cobertura complementares, quando devidamente autorizada.
3 - a deliberação referida no número anterior fixa o limite horário de descontinuidade da emissão até ao máximo de duas horas por dia, podendo ser alargado, nos termos nela previstos, em situações excecionais e devidamente fundamentadas.
4 - as classificações a que se refere o presente artigo competem à entidade reguladora para a comunicação social e são estabelecidas no acto da licença ou autorização, sem prejuízo da sua posterior alteração, a requerimento dos interessados, salvaguardadas as condições do exercício da actividade a que os respectivos operadores se encontram vinculados, nos termos previstos no artigo 21.º
tipologia de serviços de programas televisivos
1 - os serviços de programas televisivos podem ser generalistas ou temáticos e de acesso condicionado ou não condicionado e, dentro destes, de acesso não condicionado livre ou de acesso não condicionado com assinatura.
2 - consideram-se generalistas os serviços de programas televisivos que apresentem uma programação diversificada e dirigida à globalidade do público.
3 - são temáticos os serviços de programas televisivos que apresentem um modelo de programação predominantemente centrado em matérias ou géneros áudio-visuais específicos, ou dirigido preferencialmente a determinados segmentos do público.
4 - os serviços de programas televisivos temáticos de autopromoção e de televenda não podem integrar quaisquer outros elementos de programação convencional, tais como serviços noticiosos, transmissões desportivas, filmes, séries ou documentários.
5 - são de acesso não condicionado livre os serviços de programas televisivos disponibilizados ao público sem qualquer contrapartida e de acesso não condicionado com assinatura os serviços de programas televisivos disponibilizados ao público mediante uma contrapartida pelo acesso à infra-estrutura de distribuição ou pela sua utilização.
6 - são de acesso condicionado os serviços de programas televisivos disponibilizados ao público mediante contrapartida específica, não se considerando como tal a quantia devida pelo acesso à infra-estrutura de distribuição, bem como pela sua utilização.
7 - as classificações a que se refere o presente artigo competem à entidade reguladora para a comunicação social e são atribuídas no acto da licença ou da autorização, sem prejuízo da sua posterior alteração, a requerimento dos interessados, salvaguardadas as condições do exercício da actividade a que os respectivos operadores se encontram vinculados, nos termos previstos no artigo 21.º
fins da actividade de televisão
1 - constituem fins da atividade de televisão, consoante a natureza, a temática e a área de cobertura dos serviços de programas televisivos disponibilizados: a) contribuir para a informação, formação e entretenimento do público; b) promover o exercício do direito de informar, de se informar e de ser informado, com rigor e independência, sem impedimentos nem discriminações; c) promover a cidadania e a participação democrática e respeitar o pluralismo político, social e cultural; d) difundir e promover a cultura e a língua portuguesas, os criadores, os artistas e os cientistas portugueses e os valores que exprimem a identidade nacional; e) contribuir para assegurar os princípios da tolerância, da solidariedade, da não discriminação e da coesão social; f) assegurar, em todas as suas emissões, um nível elevado de proteção dos consumidores.
2 - os fins referidos no número anterior devem ser tidos em conta na seleção e agregação de serviços de programas televisivos a disponibilizar ao público pelos operadores de distribuição. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17
normas técnicas as condições técnicas do exercício da atividade de televisão e as taxas a pagar pela atribuição de direitos ou utilização dos recursos necessários à transmissão são definidas na legislação aplicável em matéria de comunicações eletrónicas.
integridade dos programas e serviços de comunicação social audiovisual
1 - é proibida a ocultação, por sobreposição com fins comerciais, e a alteração, com cortes, modificações, inserções prévias ou posteriores às emissões ou interrupções, dos serviços de comunicação audiovisual, salvo nos casos em que é permitida com o consentimento explícito do operador de televisão ou do operador de serviços audiovisuais a pedido titular do serviço em causa.
2 - excetuam-se do disposto no número anterior: a) as sobreposições exclusivamente iniciadas ou autorizadas pelo destinatário do serviço para uso privado, tais como as sobreposições originadas por serviços de comunicações individuais e similares; b) os elementos de controlo da interface dos utilizadores que sejam necessários para fazer funcionar o dispositivo ou para navegar no programa, como barras de volume, funcionalidades de pesquisa, menus de navegação ou listas de canais e similares; c) as funcionalidades que visam garantir o acesso das pessoas com necessidades especiais aos dispositivos, serviços e conteúdos; d) os avisos ou alertas, informações de interesse público geral, legendagem e similares; e) as técnicas de compressão de dados que reduzam o tamanho de um ficheiro de dados e demais técnicas utilizadas para adaptar os serviços aos meios de distribuição, como a resolução e a codificação, que não modifiquem o conteúdo, sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 3.º do regulamento (ue) 2015/2120 do parlamento europeu e do conselho, de 25 de novembro de 2015, que estabelece medidas respeitantes ao acesso à internet aberta e que altera a diretiva 2002/22/ce relativa ao serviço universal e aos direitos dos utilizadores em matéria de redes e serviços de comunicações eletrónicas e o regulamento (ue) n.º 531/2012 relativo à itinerância nas redes de comunicações móveis públicas da união; f) outras situações de interesse público ou necessárias para permitir aos utilizadores a maximização do proveito na fruição dos serviços ou conteúdos. alterações adicionado pelo/a artigo 3.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17
acesso à actividade de televisão alterações alterado pelo/a artigo 6.º da/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
requisitos dos operadores
1 - a actividade de televisão que consista na organização de serviços de programas generalistas ou temáticos informativos de âmbito internacional, nacional ou regional apenas pode ser prosseguida, nos termos da presente lei, por sociedades comerciais ou cooperativas que tenham como objecto principal o seu exercício.
2 - a actividade de televisão que consista na organização de serviços de programas generalistas ou temáticos informativos de âmbito local apenas pode ser prosseguida, nos termos da presente lei, por sociedades comerciais ou cooperativas que tenham como objecto principal o exercício de actividades de comunicação social.
3 - o capital mínimo exigível aos operadores de televisão que careçam de licença para o exercício da actividade de televisão é de: a) (euro) 5 000 000, quando se trate de operador que forneça serviços de programas televisivos generalistas de cobertura nacional ou internacional; b) (euro) 1 000 000, quando se trate de operador que forneça serviços de programas televisivos temáticos de cobertura nacional ou internacional; c) (euro) 100 000 ou (euro) 50 000, consoante se trate de operadores que forneçam serviços de programas televisivos de cobertura regional ou local, independentemente da sua tipologia.
4 - o capital mínimo exigível aos operadores de distribuição de serviços de programas televisivos de acesso condicionado ou não condicionado com assinatura que utilizem o espectro hertziano terrestre é de: a) (euro) 5 000 000, quando se trate de uma rede que abranja a generalidade do território nacional, incluindo as regiões autónomas; b) (euro) 500 000, quando se trate de uma rede que abranja um conjunto de distritos no continente ou um conjunto de ilhas nas regiões autónomas, ou uma ilha com vários municípios, ou ainda uma área metropolitana; c) (euro) 100 000, quando se trate de uma rede que abranja um município ou um conjunto de municípios contíguos.
5 - exceptuam-se do disposto nos n.os 1 e 2 os operadores que apenas explorem, sem fins lucrativos, serviços de programas televisivos educativos, culturais e de divulgação científica, os quais podem revestir a forma de associação ou fundação.
6 - o capital dos operadores deve ser realizado integralmente nos 30 dias após a notificação das decisões referidas no artigo 18.º, sob pena de caducidade da licença ou autorização. alterações alterado pelo/a artigo 2.º da/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
restrições
1 - a actividade de televisão não pode ser exercida ou financiada, directa ou indirectamente, por partidos ou associações políticas, organizações sindicais, patronais ou profissionais, ou associações públicas profissionais, salvo se aquela actividade for exclusivamente exercida através da internet ou canais de acesso condicionado e consista na organização de serviços de programas de natureza doutrinária, institucional ou científica.
2 - sem prejuízo do disposto no artigo 5.º, a actividade de televisão não pode ser exercida pelo estado, pelas regiões autónomas, por autarquias locais ou suas associações, directamente ou através de empresas públicas estaduais ou regionais, empresas municipais, intermunicipais ou metropolitanas, salvo se aquela actividade for exclusivamente exercida através da internet e consista na organização de serviços de programas de natureza institucional ou científica. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11 rectificado pelo/a declaração de rectificação n.º 82/2007 - diário da república n.º 183/2007, série i de 2007-09-21
modalidades de acesso
1 - a actividade de televisão está sujeita a licenciamento, mediante concurso público, aberto por decisão do governo, quando utilize o espectro hertziano terrestre destinado à radiodifusão, nos termos previstos no quadro nacional de atribuição de frequências e consista: a) na organização de serviços de programas televisivos de acesso não condicionado livre; b) na selecção e agregação de serviços de programas televisivos de acesso condicionado ou não condicionado com assinatura.
2 - tratando-se de serviços de programas de acesso não condicionado livre, as licenças são individualizadas de acordo com o número de serviços de programas televisivos a fornecer por cada operador de televisão.
3 - tratando-se de serviços de programas televisivos de acesso condicionado ou não condicionado com assinatura, são atribuídos, no âmbito do mesmo concurso, dois títulos habilitantes, um que confere direitos de utilização das frequências ou conjuntos de frequências radioeléctricas envolvidas e outro para a selecção e agregação de serviços de programas televisivos a fornecer por um operador de distribuição.
4 - a actividade de televisão está sujeita a autorização, a requerimento dos interessados, quando consista na organização de serviços de programas televisivos que: a) não utilizem o espectro hertziano terrestre destinado à radiodifusão, nos termos previstos no quadro nacional de atribuição de frequências; b) se destinem a integrar a oferta de um operador de distribuição previamente licenciado para a actividade de televisão, nos termos da alínea b) do n.º 1.
5 - as autorizações são individualizadas de acordo com o número de serviços de programas televisivos sob jurisdição do estado português a fornecer por cada operador.
6 - exceptua-se do disposto nos números anteriores o serviço público de televisão, nos termos previstos no capítulo v.
7 - as licenças e as autorizações para a actividade de televisão são intransmissíveis.
8 - a actividade de televisão está sujeita a registo, nos termos previstos no artigo 19.º, quando consista na difusão de serviços de programas televisivos exclusivamente através da internet e que não sejam objecto de retransmissão através de outras redes.
planificação de frequências a planificação do espectro radioeléctrico para o exercício da actividade de televisão compete à autoridade reguladora nacional das comunicações, ouvida a entidade reguladora para a comunicação social.
concurso público para serviços de programas de acesso não condicionado livre
1 - sem prejuízo dos procedimentos necessários para a atribuição de direitos de utilização de frequências, a cargo da autoridade reguladora nacional das comunicações de acordo com a lei n.º 5/2004, de 10 de fevereiro, o concurso público de licenciamento para o exercício da actividade de televisão que consista na organização de serviços de programas de acesso não condicionado livre é aberto por portaria do membro do governo responsável pela área da comunicação social, a qual deve conter o respectivo objecto e regulamento.
2 - as exigências quanto à área de cobertura, à tipologia dos serviços de programas e ao número de horas das respectivas emissões devem obter expresso fundamento no texto do regulamento, tendo em conta o interesse público que visam salvaguardar.
3 - o regulamento identifica as condições de admissão das candidaturas, assim como a documentação que as deve acompanhar, de forma a permitir a verificação da conformidade dos candidatos e dos projectos às exigências legais e regulamentares, nomeadamente: a) aos requisitos dos operadores e restrições ao exercício da actividade; b) às regras sobre concentração da titularidade dos meios de comunicação social; c) à correspondência dos projectos ao objecto do concurso; d) à viabilidade económica e financeira dos projectos; e) às obrigações de cobertura e ao respectivo faseamento; f) à suficiência dos meios humanos e técnicos a afectar; g) à comprovação da situação tributária e contributiva regularizada, podendo a apresentação da respectiva certidão ser dispensada nos termos do decreto-lei n.º 114/2007, de 19 de abril.
4 - para efeito de graduação das candidaturas a concurso e tratando-se de serviços de programas televisivos generalistas de âmbito nacional são ainda tomados em conta os seguintes critérios: a) o contributo de cada um dos projectos para qualificar a oferta televisiva na área que se propõem cobrir, aferido em função das garantias de defesa do pluralismo e de independência face ao poder político e económico, do destaque concedido à informação e da salvaguarda dos direitos constitucionalmente reconhecidos aos jornalistas, da coerência das linhas gerais de programação apresentadas com o respectivo estatuto editorial e da adequação dos projectos à realidade sócio-cultural a que se destinam; b) o contributo de cada um dos projectos para a diversificação da oferta televisiva na área que se propõem cobrir, aferido em função da sua originalidade, do investimento em inovação e criatividade e da garantia de direitos de acesso a minorias e tendências sub-representadas; c) o contributo de cada um dos projectos para a difusão de obras criativas europeias, independentes e em língua originária portuguesa; d) o cumprimento das normas legais e compromissos assumidos no decurso de anterior exercício de uma actividade licenciada de televisão; e) as linhas gerais da política de recursos humanos, nomeadamente quanto aos planos de recrutamento, formação e qualificação profissional.
5 - para efeito de graduação das candidaturas a concurso e tratando-se de serviços de programas televisivos temáticos ou de âmbito regional ou local, são tomados em conta, quando aplicáveis, os critérios referidos no número anterior.
6 - o regulamento densifica os critérios de graduação das candidaturas a concurso previstos nos n.os 4 e 5 e atribui a cada um deles uma ponderação relativa.
7 - o regulamento fixa o valor da caução e o respectivo regime de liberação segundo princípios de adequação e proporcionalidade face ao cumprimento das obrigações que visa salvaguardar, tendo em conta as tipologias e o âmbito territorial dos serviços de programas televisivos a licenciar.
8 - o caderno de encargos, que contém as obrigações e as condições do exercício da actividade, deve estar patente desde a data da publicação da portaria de abertura do concurso até ao dia e hora de abertura do acto público correspondente, nos termos nela definidos.
9 - a entidade reguladora para a comunicação social pronuncia-se prévia e obrigatoriamente sobre o objecto do concurso, respectivo regulamento e caderno de encargos no prazo de 20 dias úteis após a sua recepção.
10 - decorrido o prazo referido no número anterior, o projecto de regulamento é submetido, por um período de 30 dias, a apreciação pública, sendo para o efeito publicado na 2.ª série do diário da república e no sítio electrónico do departamento governamental responsável. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
concurso público para serviços de programas de acesso não condicionado com assinatura e condicionado
1 - o concurso público para a atribuição de direitos de utilização de frequências e de licenciamento para a actividade de televisão que consista na selecção e agregação de serviços de programas de acesso não condicionado com assinatura ou condicionado é aberto por portaria conjunta dos membros do governo responsáveis pelas áreas da comunicação social e das comunicações electrónicas, a qual deve conter o respectivo objecto e regulamento.
2 - as exigências quanto à área de cobertura e à tipologia dos serviços de programas a disponibilizar devem obter expresso fundamento no texto do regulamento, tendo em conta os princípios da gestão óptima do espectro radioeléctrico e do interesse público que visem salvaguardar.
3 - o regulamento identifica as condições de admissão das candidaturas, incluindo a documentação que as deve acompanhar, as quais devem incidir nomeadamente sobre a viabilidade económica e financeira dos projectos, as obrigações de cobertura e o respectivo faseamento e a conformidade dos candidatos e dos projectos ao objecto do concurso e às exigências legais sectoriais, não podendo ser admitidos os candidatos que não tenham a sua situação fiscal regularizada ou que apresentem dívidas à segurança social.
4 - constituem critérios de graduação das candidaturas a concurso, a ponderar conjuntamente, de acordo com as respectivas competências, pela entidade reguladora para a comunicação social e pela autoridade reguladora nacional para as comunicações: a) os custos económicos e financeiros associados aos projectos; b) o contributo dos projectos para o desenvolvimento da sociedade da informação, para a qualificação da oferta televisiva, para a produção de obras europeias e para a difusão de obras criativas de produção originária em língua portuguesa.
5 - o regulamento densifica os critérios legais de graduação das candidaturas a concurso e atribui a cada um deles uma ponderação relativa.
6 - o regulamento fixa o valor da caução e o respectivo regime de liberação segundo princípios de adequação e proporcionalidade face ao cumprimento das obrigações que visa salvaguardar.
7 - o caderno de encargos, que contém as obrigações e as condições do exercício da actividade, deve estar patente desde a data da publicação da portaria de abertura do concurso até ao dia e hora de abertura do acto público correspondente, nos termos nela definidos.
8 - a entidade reguladora para a comunicação social e a autoridade reguladora nacional das comunicações pronunciam-se prévia e obrigatoriamente sobre o objecto do concurso, respectivo regulamento e caderno de encargos no prazo de 20 dias úteis após a sua recepção.
9 - decorrido o prazo referido no número anterior para a consulta do projecto de regulamento, este é submetido, por um período de 30 dias, a apreciação pública, sendo para o efeito publicado na 2.ª série do diário da república e no sítio electrónico dos departamentos governamentais responsáveis.
instrução dos processos
1 - os processos de licenciamento ou de autorização referidos na alínea a) do n.º 1 e no n.º 4 do artigo 13.º são instruídos pela entidade reguladora para a comunicação social, que promove para o efeito a recolha do parecer da autoridade reguladora nacional das comunicações, no que respeita às condições técnicas das candidaturas.
2 - os processos de licenciamento previstos na alínea b) do n.º 1 do artigo 13.º são instruídos pela autoridade reguladora nacional das comunicações.
3 - nos processos referidos no número anterior, a autoridade reguladora nacional das comunicações submete à verificação da entidade reguladora para a comunicação social o preenchimento das condições de admissão das candidaturas que respeitem à sua competência.
4 - os pedidos de autorização são acompanhados de documentação a definir por portaria a aprovar pelo membro do governo responsável pela área da comunicação social.
5 - a entidade reguladora competente para a instrução notifica os proponentes, no prazo de 15 dias a contar da receção, de quaisquer insuficiências detetadas nos respetivos processos, devendo estas ser supridas nos 15 dias subsequentes.
6 - os processos de candidatura que não preencham as condições de admissão previstas na portaria de abertura do concurso são recusados pela entidade reguladora competente, mediante decisão fundamentada.
7 - os processos admitidos pela entidade reguladora competente devem, após o suprimento de eventuais insuficiências, ser objeto de decisão de atribuição ou de rejeição dos títulos habilitadores requeridos no prazo de 90 dias, tratando-se de processo de licenciamento, ou de 30 dias, tratando-se de autorização.
atribuição de licenças ou autorizações
1 - compete à entidade reguladora para a comunicação social atribuir, renovar, alterar ou revogar as licenças e autorizações para a atividade de televisão.
2 - é condição do licenciamento para a atividade de televisão que consista na disponibilização de serviços de programas televisivos generalistas de âmbito nacional a cobertura da generalidade do território nacional, incluindo as regiões autónomas.
3 - as decisões de atribuição e de exclusão são expressamente fundamentadas por referência ao preenchimento das condições de admissão e a cada um dos critérios de graduação referidos nos artigos 15.º e 16.º, bem como às questões suscitadas em audiência de interessados.
4 - a entidade reguladora para a comunicação social apenas pode recusar a atribuição de uma autorização quando esteja em causa: a) a conformidade dos operadores e dos respetivos projetos às obrigações legais aplicáveis; b) a regularização da situação fiscal do proponente e perante a segurança social; c) a qualidade técnica do projeto apresentado.
5 - os títulos habilitadores relativos à atividade de televisão enunciam as obrigações e condições a que os serviços de programas se vinculam, as classificações dos serviços de programas televisivos e ainda as obrigações e o faseamento da respetiva cobertura.
6 - as decisões referidas no n.º 3 são notificadas aos interessados, publicadas na 2.ª série do diário da república e disponibilizadas no sítio eletrónico da entidade reguladora para a comunicação social, acompanhadas dos títulos habilitadores contendo os fins e obrigações a que ficam vinculados os operadores licenciados ou autorizados.
7 - compete à autoridade reguladora nacional das comunicações atribuir, renovar, alterar ou revogar o título habilitante que confere os direitos de utilização das frequências ou conjuntos de frequências radioelétricas destinadas à disponibilização dos serviços de programas televisivos de acesso não condicionado livre, não condicionado com assinatura ou condicionado, nos termos previstos na lei n.º 5/2004, de 10 de fevereiro, sem prejuízo do regime de licenciamento estabelecido na presente lei.
registo dos operadores
1 - compete à erc organizar um registo dos operadores de televisão e de distribuição e respetivos serviços de programas televisivos, assim como os operadores de serviços audiovisuais a pedido e de fornecimento de plataformas de partilha de vídeos, com vista à publicação da sua propriedade, da sua organização, do seu funcionamento e das suas obrigações, assim como à proteção da sua designação.
2 - a entidade reguladora para a comunicação social procede oficiosamente aos registos e averbamentos que decorram da sua atividade de licenciamento e de autorização.
3 - os operadores de televisão e de distribuição e de serviços audiovisuais a pedido, assim como os fornecedores de plataformas de partilha de vídeos, estão obrigados a comunicar à erc os elementos necessários para efeitos de registo, bem como a proceder à sua atualização, nos termos definidos em decreto regulamentar.
4 - os elementos do registo incluem, entre outros instrumentalmente exigidos em regulamento a aprovar pelo governo: a) identificação e sede do operador ou do fornecedor; b) designação dos serviços de programas, serviços audiovisuais a pedido e plataformas fornecidas; c) identificação dos diretores responsáveis pelas áreas da programação e ou de informação de cada serviço; d) classificação dos serviços quanto ao âmbito de cobertura e conteúdo de programação; e) data de emissão e prazo das licenças ou autorizações, assim como a data das respetivas renovações e das eventuais alterações ao projeto aprovado.
5 - a erc pode, a qualquer momento, efetuar auditorias para fiscalização e controlo dos elementos fornecidos pelos operadores de televisão e de distribuição e de serviços audiovisuais a pedido, assim como pelos fornecedores de plataformas de partilha de vídeos. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 225/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17
início das emissões os operadores de televisão devem iniciar as emissões dos serviços de programas televisivos licenciados ou autorizados no prazo de 12 meses a contar da data da decisão final de atribuição do correspondente título habilitador. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
observância do projeto aprovado
1 - o exercício da atividade de televisão depende do cumprimento, pelo operador, das condições e termos do projeto licenciado ou autorizado, ficando a modificação deste sujeita a aprovação da entidade reguladora para a comunicação social, a qual se pronuncia no prazo de 90 dias.
2 - a modificação dos serviços de programas televisivos só pode ocorrer a requerimento, três anos após a atribuição da licença ou um ano após a atribuição da autorização.
3 - o pedido de modificação deve ser fundamentado tendo em conta, nomeadamente, as condições legais essenciais de que dependeu a atribuição da licença ou da autorização, a evolução do mercado e as implicações para a audiência potencial do serviço de programas em questão.
prazo das licenças ou autorizações
1 - as licenças e autorizações para o exercício da atividade de televisão são emitidas pelo prazo de 15 anos e renováveis por iguais períodos.
2 - o pedido de renovação das licenças ou autorizações deve ser apresentado junto da entidade reguladora para a comunicação social entre 240 e 180 dias antes do termo do prazo respetivo.
3 - a entidade reguladora para a comunicação social decide sobre o pedido de renovação das licenças ou autorizações até 90 dias antes do termo do prazo respetivo.
4 - a renovação das licenças e autorizações é acompanhada da densificação, pela entidade reguladora para a comunicação social, à luz da evolução entretanto ocorrida no panorama áudio-visual, das obrigações a que os operadores se encontram vinculados, por forma a adequá-las às disposições legais à data aplicáveis.
5 - a renovação das licenças ou autorizações apenas é concedida em caso de reconhecido cumprimento das obrigações e condições a que se encontram vinculados os respetivos operadores.
avaliação intercalar
1 - no final do 5.º e do 10.º anos sobre a atribuição das licenças e autorizações, a entidade reguladora para a comunicação social elabora e torna público, após audição dos interessados, um relatório de avaliação do cumprimento das obrigações e condições a que os operadores se encontram vinculados, devendo, em conformidade com a análise efetuada, emitir as devidas recomendações.
2 - os relatórios das avaliações referidas no número anterior, assim como o da avaliação relativa ao último quinquénio de vigência das licenças e autorizações, devem ser tidos em conta na decisão da sua renovação.
extinção e suspensão das licenças ou autorizações
1 - as licenças ou autorizações extinguem-se pelo decurso do prazo ou por revogação, nos termos da lei.
2 - as licenças e autorizações, assim como os programas, podem ser suspensas nos casos e nos termos previstos nos artigos 77.º e 81.º.
3 - a revogação e a suspensão das licenças ou autorizações são da competência da entidade à qual incumbe a sua atribuição. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 40/2014 - diário da república n.º 130/2014, série i de 2014-07-09, em vigor a partir de 2014-07-10, produz efeitos a partir de 2014-07-01
distribuição de serviços de programas televisivos
operadores de distribuição
1 - os operadores de distribuição devem, na ordenação e apresentação da respetiva oferta televisiva, atribuir prioridade, sucessivamente, aos serviços de programas televisivos de expressão originária portuguesa de conteúdo generalista, de informação geral e de caráter científico, educativo ou cultural, tendo em conta o seu âmbito de cobertura e as condições de acesso praticadas.
2 - os operadores de redes de comunicações eletrónicas utilizadas para a atividade de televisão ficam obrigados, mediante decisão da anacom, ao transporte dos serviços de programas televisivos a especificar pela erc nos termos da alínea s) do n.º 3 do artigo 24.º dos estatutos da erc, aprovados em anexo à lei n.º 53/2005, de 8 de novembro.
3 - para efeitos do disposto no número anterior, os operadores de televisão responsáveis pela organização dos serviços de programas televisivos nele referidos ficam obrigados a proceder à entrega do respetivo sinal.
4 - a anacom pode determinar de modo proporcionado, transparente e não discriminatório uma remuneração adequada como contrapartida das obrigações de transporte impostas.
5 - a entidade reguladora para a comunicação social pode determinar, de modo proporcionado, transparente e não discriminatório, uma remuneração adequada como contrapartida das obrigações de entrega impostas nos termos do n.º 3.
6 - os operadores de redes de comunicações eletrónicas que comportem a emissão de serviços de programas televisivos e os operadores de distribuição devem disponibilizar capacidade de rede e de distribuição para serviços de programas televisivos regionais e locais, assim como para a difusão de atividades de âmbito educativo ou cultural, atendendo às características da composição da oferta e às condições técnicas e de mercado em cada momento verificadas pela erc no âmbito dos processos de autorização a que haja lugar, ouvidas, sempre que entenda necessário, a autoridade da concorrência ou a anacom.
7 - as alterações à composição da oferta dos serviços de programas televisivos e dos serviços audiovisuais a pedido disponibilizados pelos operadores de distribuição ou às respetivas condições de acesso devem ter em conta as obrigações de diversificação e de pluralismo e o respeito pelos direitos dos consumidores.
8 - independentemente do disposto no número anterior, devem ser comunicadas ao consumidor, com 30 dias de antecedência, quaisquer alterações das condições contratadas, com a expressa menção da faculdade de resolução do contrato, sem quaisquer ónus ou encargos, sempre que tais alterações respeitem à composição ou preço da oferta de serviços de programas televisivos e dos serviços audiovisuais a pedido disponibilizados pelos operadores de distribuição.
9 - não há lugar a rescisão do contrato nos casos em que: a) sejam adotados novos canais mantendo-se inalterados os que são oferecidos com o serviço contratado; b) ocorra uma redução dos preços dos serviços contratados; c) a alteração apenas incida sobre prestações que do serviço sejam autonomizáveis, designadamente a alteração do preço do aluguer de filmes.
10 - a faculdade de resolução prevista no n.º 8 prevalece sobre toda e qualquer cláusula contratual que tenha como propósito ou efeito dificultar ou impedir o consumidor de pôr termo ao contrato.
11 - os operadores de distribuição devem ter acesso, sem prejuízo dos usos de mercado conforme as regras da concorrência, aos serviços de programas televisivos em condições transparentes, razoáveis e não discriminatórias, tendo em vista a respetiva distribuição.
12 - a erc pode, nos termos dos respetivos estatutos, adotar decisões que assegurem o cumprimento das disposições do presente artigo.
13 - os operadores de iptv com capacidade de produção e transmissão de sinal em alta definição podem celebrar contratos de transmissão dos seus programas com operadores de distribuição, devendo comunicar à erc os dados previstos nas alíneas c) e d) do n.º 4 do artigo 19.º alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17 alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
programação e informação
liberdade de programação e de informação
autonomia dos operadores
1 - a liberdade de expressão do pensamento através dos serviços de programas televisivos e dos serviços audiovisuais a pedido integra o direito fundamental dos cidadãos a uma informação livre e pluralista, essencial à democracia e ao desenvolvimento social e económico do país.
2 - salvo os casos previstos na presente lei, o exercício da atividade de televisão e dos serviços audiovisuais a pedido assenta na liberdade de programação, não podendo a administração pública ou qualquer órgão de soberania, com exceção dos tribunais, impedir, condicionar ou impor a difusão de quaisquer programas. alterações alterado pelo/a artigo 2.º da/o lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
limites à liberdade de programação
1 - a programação dos serviços de comunicação social audiovisual deve respeitar a dignidade da pessoa humana, os direitos específicos das crianças e jovens, assim como os direitos, liberdades e garantias fundamentais.
2 - os serviços de comunicação social audiovisual não podem, através dos elementos de programação: a) incitar à violência ou ao ódio contra grupos de pessoas ou membros desses grupos em razão do sexo, raça, cor ou origem étnica ou social, características genéticas, língua, religião ou convicções, opiniões políticas ou outras, pertença a uma minoria nacional, riqueza, deficiência, idade, orientação sexual ou nacionalidade; b) incitar publicamente à prática de infrações terroristas previstas e punidas na lei n.º 52/2003, de 22 de agosto.
3 - não é permitida a emissão televisiva de programas suscetíveis de prejudicar manifesta, séria e gravemente a livre formação da personalidade de crianças e jovens ou a sua imagem e reserva da intimidade da vida privada e familiar, designadamente os que contenham pornografia ou violência gratuita, nos serviços de programas de acesso não condicionado.
4 - a emissão televisiva de quaisquer outros programas suscetíveis de influenciarem de modo negativo na formação da personalidade de crianças e adolescentes deve ser acompanhada da difusão permanente de um identificativo visual apropriado e só pode ter lugar entre as 22 horas e 30 minutos e as 6 horas.
5 - a emissão televisiva de quaisquer outros programas suscetíveis de influenciarem de modo negativo na formação da personalidade de crianças e jovens deve ser acompanhada da difusão permanente de um identificativo visual apropriado e só pode ter lugar entre as 24 horas e as 6 horas.
6 - os programas dos serviços audiovisuais a pedido que sejam suscetíveis de influenciarem de modo negativo na formação da personalidade de crianças e jovens apenas podem ser disponibilizados mediante a apresentação permanente de um identificativo visual e a adoção de funcionalidades técnicas que permitam a quem esteja atribuído o exercício das responsabilidades parentais, se assim o entenderem, vedar o acesso das crianças e jovens a tais conteúdos.
7 - a erc incentiva a elaboração pelos operadores de televisão e pelos operadores de serviços audiovisuais a pedido de um sistema comum de classificação dos programas dos serviços de comunicação social audiovisual que preveja um conjunto de sinais identificadores dos diferentes escalões etários, em função dos conteúdos apresentados, e que respeite, na exibição de obras cinematográficas e de videogramas, a classificação da comissão de classificação de espetáculos.
8 - executam-se do disposto nos n.os 4 e 7 as transmissões em serviços de programas televisivos de acesso condicionado.
9 - o disposto nos números anteriores abrange não só quaisquer elementos de programação, incluindo as comunicações comerciais audiovisuais e as mensagens, extratos ou imagens de autopromoção, como ainda serviços de teletexto, guias. eletrónicos de programação e interfaces de acesso aos conteúdos.
10 - os elementos de programação com as características a que se referem os n.os 3 a 6 podem ser transmitidos em quaisquer serviços noticiosos quando, revestindo importância jornalística, sejam apresentados com respeito pelas normas éticas da profissão e antecedidos de uma advertência sobre a sua natureza.
11 - a erc define e publica os critérios seguidos para a avaliação do incumprimento do disposto nos n.os 3 a 6, os quais devem ser objetivos, adequados, necessários e proporcionais às finalidades prosseguidas.
12 - os operadores de televisão e os operadores de serviços audiovisuais a pedido podem adotar códigos de conduta que respondam às exigências contidas no presente artigo, ouvidos, no caso dos operadores de televisão, os respetivos conselhos de redação, no âmbito das suas atribuições. alterações retificado pela declaração de retificação n.º 2-a/2021 - diário da república n.º 11/2021, 1.º suplemento, série i de 2021-01-18, produz efeitos a partir de 2021-02-17 alterado pelo/a artigo 2.º da lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17 alterado pelo/a artigo 2.º da lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
limites às liberdades de receção e de retransmissão
1 - o disposto nos n.os 1 a 3, 5 e 9 do artigo anterior é aplicável à receção e retransmissão de serviços de comunicação social audiovisual.
2 - quando os serviços de comunicação social se encontrem sob jurisdição de outro estado-membro, a sua receção e retransmissão em território nacional só pode ser limitada nos casos e seguindo os procedimentos previstos no artigo 86.º alterações alterado pelo/a artigo 2.º da lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17
anúncio da programação
1 - os operadores de televisão devem informar, com razoável antecedência e de forma adequada ao conhecimento pelo público, sobre o conteúdo e alinhamento da programação dos serviços de programas televisivos de que sejam responsáveis.
2 - a programação anunciada, assim como a sua duração prevista e horário de emissão, apenas pode ser alterada pelo operador de televisão com uma antecedência superior a quarenta e oito horas.
3 - a obrigação prevista no número anterior pode ser afastada quando a própria natureza dos acontecimentos transmitidos o justifique, por necessidade de cobertura informativa de ocorrências imprevistas ou em casos de força maior.
4 - independentemente da antecedência com que se verifiquem e das razões que as determinem, as alterações de programação referidas nos n.os 2 e 3 devem ser comunicadas ao público no serviço de programas a que respeitem.
5 - o anúncio da programação prevista para os serviços de programas televisivos efetuado em serviços ou órgãos de comunicação social diversos é obrigatoriamente acompanhado do identificativo a que se refere o n.º 4 do artigo 27.º, devendo tal informação ser facultada pelo operador responsável.
divulgação obrigatória
1 - são obrigatoriamente divulgadas através do serviço público de televisão, com o devido relevo e a máxima urgência, as mensagens cuja difusão seja solicitada pelo presidente da república, pelo presidente da assembleia da república e pelo primeiro-ministro.
2 - em caso de declaração do estado de sítio ou do estado de emergência, a obrigação prevista no número anterior recai também sobre os restantes operadores de televisão.
3 - as mensagens a que aludem os números anteriores e as informações de emergência, incluindo as comunicações e os anúncios públicos em situações de catástrofe natural, transmitidas ao público através de serviços de comunicação social audiovisual, são fornecidas de maneira acessível às pessoas com necessidades especiais, designadamente através de legendagem e da verbalização de conteúdos visuais que se mostrem essenciais. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17
propaganda política é vedada aos operadores de televisão, de distribuição e de serviços audiovisuais a pedido a cedência de espaços de propaganda política, sem prejuízo do disposto no capítulo vi. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
aquisição de direitos exclusivos
1 - é nula a aquisição, por quaisquer operadores de televisão, de direitos exclusivos para a transmissão de acontecimentos de natureza política.
2 - em caso de aquisição, por operadores de televisão que emitam em regime de acesso condicionado ou sem cobertura nacional, de direitos exclusivos para a transmissão, integral ou parcial, direta ou em diferido, de outros acontecimentos que sejam objeto de interesse generalizado do público, os titulares dos direitos televisivos ficam obrigados a facultar, em termos não discriminatórios e de acordo com as condições normais do mercado, o seu acesso a outro ou outros operadores interessados na transmissão que emitam por via hertziana terrestre com cobertura nacional e acesso não condicionado.
3 - na falta de acordo entre o titular dos direitos televisivos e os demais operadores interessados na transmissão do evento, há lugar à arbitragem vinculativa da entidade reguladora para a comunicação social, mediante requerimento de qualquer das partes.
4 - os eventos a que se referem os números anteriores, bem como as condições da respetiva transmissão, constam de lista a publicar na 2.ª série do diário da república, até 31 de outubro de cada ano, pelo membro do governo responsável pelo sector, ouvida a entidade reguladora para a comunicação social, sem prejuízo da publicação de aditamentos excepcionais determinados pela ocorrência superveniente e imprevisível de factos da mesma natureza.
5 - os titulares de direitos exclusivos para a transmissão de quaisquer eventos ficam obrigados a ceder o respetivo sinal, em direto ou em diferido, aos operadores que disponham de emissões internacionais, para utilização restrita a estas, em condições a definir em decreto-lei, que estabeleça os critérios da retribuição pela cedência, havendo lugar, na falta de acordo entre os interessados, à arbitragem vinculativa da entidade reguladora para a comunicação social.
6 - aos operadores de televisão sujeitos à presente lei é vedado o exercício de direitos exclusivos em termos que impeçam uma parte substancial do público de outro estado membro da união europeia de acompanhar, na televisão de acesso não condicionado, eventos constantes das listas a que se refere o n.º 8, nas condições nelas fixadas.
7 - a inobservância do disposto nos n.os 2 ou 6 não dá lugar à aplicação das respetivas sanções sempre que o titular do exclusivo demonstre a impossibilidade de cumprimento das obrigações nele previstas.
8 - para efeito do disposto no n.º 6, a lista definitiva das medidas tomadas pelos estados membros, tal como divulgada no jornal oficial da união europeia, é objeto de publicação na 2.ª série do diário da república por iniciativa do membro do governo responsável pela área da comunicação social.
direito a excertos informativos
1 - os responsáveis pela realização de espetáculos ou outros eventos públicos que ocorram em território nacional, bem como os titulares de direitos exclusivos que sobre eles incidam, não podem opor-se à transmissão de breves excertos dos mesmos, de natureza informativa, por parte de serviço de programas disponibilizado por qualquer operador de televisão, nacional ou não.
2 - para o exercício do direito à informação previsto no número anterior, os operadores podem utilizar o sinal emitido pelos titulares dos direitos exclusivos, suportando apenas os custos que eventualmente decorram da sua disponibilização, ou recorrer, em alternativa, à utilização de meios técnicos próprios, nos termos legais que assegurem o acesso dos órgãos de comunicação social a locais públicos.
3 - quando um operador sob jurisdição do estado português detenha direitos exclusivos para a transmissão para o território nacional de acontecimentos ocorridos no território de outro estado membro da união europeia, deve facultar o acesso ao respetivo sinal a outros operadores nacionais interessados na transmissão de breves excertos de natureza informativa sobre aqueles acontecimentos.
4 - sem prejuízo de acordo para utilização diversa, os excertos a que se referem os n.os 1 e 3 devem: a) limitar-se à duração estritamente indispensável à perceção do conteúdo essencial dos acontecimentos em questão, tendo em conta a natureza dos eventos, desde que não exceda noventa segundos; b) ser difundidos exclusivamente em programas regulares de natureza informativa geral; c) ser difundidos nas trinta e seis horas subsequentes à cessação do evento, salvo quando a sua posterior inclusão em relatos de outros acontecimentos de atualidade for justificada pelo fim de informação prosseguido; d) identificar a fonte das imagens, caso sejam difundidas a partir do sinal emitido pelo titular do exclusivo.
5 - salvo acordo celebrado para o efeito, só é permitido o uso de curtos excertos, de natureza informativa, relativos a espetáculos ou outros eventos públicos sobre os quais existam direitos exclusivos em serviços audiovisuais a pedido quando incluídos em programas previamente difundidos pelo mesmo operador em serviços de programas televisivos. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
obrigações dos operadores
obrigações gerais dos operadores
1 - todos os operadores de televisão devem garantir, na sua programação, designadamente através de práticas de autorregulação, a observância de uma ética de antena, que assegure o respeito pela dignidade da pessoa humana, pelos direitos fundamentais e demais valores constitucionais, em especial o desenvolvimento da personalidade de crianças e adolescentes.
2 - constituem, nomeadamente, obrigações gerais de todos os operadores de televisão que explorem serviços de programas televisivos generalistas, de cobertura nacional: a) assegurar, incluindo nos horários de maior audiência, a difusão de uma programação diversificada e plural; b) assegurar a difusão de uma informação que respeite o pluralismo, o rigor e a isenção; c) garantir uma programação e uma informação independentes face ao poder político e ao poder económico; d) assegurar, na sua programação e informação, o respeito por uma cultura de tolerância, não discriminação e inclusão, designadamente impedindo, através da adoção de medidas eficazes, a disseminação do discurso do ódio nas suas emissões; e) emitir as mensagens referidas no n.º 1 do artigo 30.º, em caso de declaração do estado de sítio ou do estado de emergência; f) garantir o exercício do direito de antena em períodos eleitorais, nos termos constitucional e legalmente previstos; g) garantir o exercício dos direitos de resposta e de retificação, nos termos constitucional e legalmente previstos; h) difundir obras criativas de origem europeia, designadamente em língua portuguesa, e participar no desenvolvimento da sua produção, de acordo com as normas legais aplicáveis; i) respeitar a especial vulnerabilidade dos diversos tipos de público, aferida em função dos indicadores disponíveis, designadamente em matéria de comunicações comerciais audiovisuais.
3 - para além das previstas nas alíneas do número anterior, constituem obrigações dos serviços de programas televisivos generalistas de âmbito regional ou local: a) alargar a programação televisiva a conteúdos de índole regional ou local; b) difundir informações com particular interesse para o âmbito geográfico da audiência; c) promover os valores característicos das culturas regionais ou locais.
4 - constituem obrigações dos serviços de programas temáticos, atendendo à sua natureza, as alíneas a), b) e h) e, independentemente da sua natureza, as alíneas c), d), g) e i) do n.º 2.
5 - (revogado.) alterações retificado pela declaração de retificação n.º 2-a/2021 - diário da república n.º 11/2021, 1.º suplemento, série i de 2021-01-18, produz efeitos a partir de 2021-02-17 alterado pelo artigo 2.º da lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17 alterado pelo artigo 2.º da lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
acessibilidade
1 - os operadores de televisão e de serviços audiovisuais a pedido têm obrigação de tornar os serviços de comunicação social audiovisual por si fornecidos contínua e progressivamente mais acessíveis às pessoas com necessidades especiais.
2 - para efeitos do disposto no número anterior, a erc define, com base num plano plurianual que preveja o aumento gradual dos padrões de acessibilidade, o conjunto de obrigações dos operadores de televisão e de serviços audiovisuais a pedido relativas à acessibilidade dos serviços de comunicação social audiovisual por pessoas com necessidades especiais, nomeadamente, e atenta a natureza do serviço, o recurso à legendagem, à interpretação por meio de língua gestual portuguesa, à audiodescrição, à utilização da língua portuguesa falada ou a outras técnicas que se revelem adequadas, bem como à disponibilização de menus de navegação facilmente compreensíveis.
3 - na preparação do plano a que se refere o número anterior, a erc: a) ouve o instituto nacional para a reabilitação, i. p., as demais entidades representativas das pessoas com deficiência, os operadores de televisão e os operadores de serviços audiovisuais a pedido; b) tem em conta as condições técnicas e de mercado.
4 - os operadores de televisão e de serviços audiovisuais a pedido prestam à erc toda a informação necessária para que aquela possa avaliar o cumprimento das obrigações a que se refere o n.º 2 e para que possa monitorizar a evolução do grau de acessibilidade dos serviços de comunicação social audiovisual.
5 - os operadores de distribuição devem assegurar, através da afetação da capacidade necessária e dos recursos técnicos adequados, o fácil acesso das pessoas com necessidades especiais às funcionalidades que lhes são disponibilizadas pelos operadores de televisão e dos serviços audiovisuais a pedido nos respetivos serviços.
6 - a erc, até 19 de dezembro de 2022 e, posteriormente, de três em três anos, publica no seu sítio na internet e remete ao membro do governo responsável pela área da comunicação social, para que este diligencie o seu envio à comissão europeia, o relatório relativo à evolução da acessibilidade dos serviços de comunicação social audiovisual em portugal e relativo ao cumprimento dos planos referidos no n.º 2.
7 - a erc, através do seu sítio na internet e pelas demais vias que se mostrem adequadas, em qualquer dos casos, garantindo a acessibilidade às pessoas com necessidades especiais: a) torna públicos os planos a que se refere o n.º 2, a monitorização do seu cumprimento, os relatórios referidos no número anterior e as demais informações relevantes relativas à acessibilidade dos serviços de comunicação social audiovisual; b) recebe solicitações de informação e aprecia queixas respeitantes à acessibilidade dos serviços de comunicação social audiovisual, realizando as diligências que ao caso caibam, em articulação com os provedores do cliente das entidades fornecedoras. alterações aditado pelo/a artigo 3.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17
responsabilidade e autonomia editorial
1 - cada serviço de programas televisivo deve ter um diretor responsável pela orientação e supervisão do conteúdo das emissões.
2 - cada serviço de programas televisivo que inclua programação informativa deve ter um responsável pela informação.
3 - cada operador de serviços audiovisuais a pedido deve ter um responsável pela seleção e organização do catálogo de programas.
4 - a designação e a demissão do responsável pelo conteúdo informativo dos serviços de programas televisivos são da competência do operador de televisão, ouvido o conselho de redação.
5 - a prévia audição do conselho de redação é dispensada na nomeação do primeiro responsável pelo conteúdo informativo de cada serviço de programas e nos serviços de programas de natureza doutrinária ou confessional.
6 - os cargos de direção ou de chefia na área da informação são exercidos com autonomia editorial, estando vedado ao operador de televisão interferir na produção dos conteúdos de natureza informativa, bem como na forma da sua apresentação.
7 - exceptuam-se do disposto no número anterior as orientações que visem o estrito acatamento de prescrições legais cujo incumprimento origine responsabilidade penal ou contraordenacional por parte do operador de televisão. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
estatuto editorial
1 - cada serviço de programas televisivo deve adotar um estatuto editorial que defina clara e detalhadamente, com caráter vinculativo, a sua orientação e objetivos e induza o compromisso de respeitar os direitos dos espectadores, bem como os princípios deontológicos dos jornalistas e a ética profissional.
2 - o estatuto editorial é elaborado pelo responsável a que se refere o artigo anterior, ouvido o conselho de redação, e sujeito a aprovação da entidade proprietária, devendo ser remetido, nos 60 dias subsequentes ao início das emissões, à entidade reguladora para a comunicação social.
3 - as alterações introduzidas no estatuto editorial seguem os termos do disposto no número anterior.
4 - o estatuto editorial dos serviços de programas televisivos deve ser disponibilizado em suporte adequado ao seu conhecimento pelo público.
serviços noticiosos os serviços de programas televisivos generalistas devem apresentar serviços noticiosos regulares, assegurados por jornalistas.
conselho de redação e direito de participação dos jornalistas nos serviços de programas televisivos com mais de cinco jornalistas existe um conselho de redação, a eleger segundo a forma e com as competências definidas por lei.
número de horas de emissão
1 - os serviços de programas televisivos licenciados devem emitir programas durante pelo menos seis horas diárias.
2 - excluem-se do apuramento do limite fixado no número anterior as emissões de publicidade e de televenda, sem prejuízo do disposto no n.º 4 do artigo 8.º, bem como as que reproduzam imagens fixas ou meramente repetitivas.
comunicações comerciais audiovisuais alterações alterado pelo/a artigo 6.º da/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11 subsecção i publicidade televisiva e televenda alterações alterado pelo/a artigo 6.º da/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
tempo reservado à publicidade televisiva e à televenda
1 - o tempo de emissão destinado à publicidade televisiva e à televenda, tanto no período compreendido entre as 6 e as 18 horas, como no período compreendido entre as 18 e as 24 horas, não pode exceder 10 % ou 20 % consoante se trate, respetivamente, de serviços de programas televisivos de acesso condicionado ou de serviços de programas televisivos de acesso não condicionado livre ou não condicionado com assinatura.
2 - excluem-se dos limites fixados no número anterior: a) os blocos de televenda; b) as mensagens do operador televisivo relacionadas com os seus próprios programas e com produtos acessórios deles diretamente derivados, ou com programas e serviços de comunicação social audiovisual de outras entidades pertencentes ao mesmo grupo; c) os anúncios dos serviços públicos ou fins de interesse público e apelos de teor caritativo transmitidos graciosamente; d) os anúncios de patrocínio; e) a colocação de produto e ajuda à produção; f) os quadros neutros entre o conteúdo editorial e os spots de publicidade televisiva ou de televenda, e entre os vários spots.
3 - os blocos de televenda devem ter uma duração ininterrupta de, pelo menos, quinze minutos.
4 - é vedada a emissão contínua ou massiva de publicidade ou televenda em detrimento da programação em termos equivalentes a uma concessão de exploração comercial deste espaço a terceiros. alterações alterado pelo artigo 2.º da lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17 alterado pelo/a artigo 2.º da/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
identificação e separação
1 - a publicidade televisiva e a televenda devem ser facilmente identificáveis como tais e claramente separadas da restante programação.
2 - a separação a que se refere o número anterior faz-se: a) entre programas e nas suas interrupções, pela inserção de separadores ópticos e acústicos no início e no fim de cada interrupção, devendo o separador inicial conter, de forma perceptível para os destinatários, e consoante os casos, a menção 'publicidade' ou 'televenda'; b) havendo fraccionamento do ecrã, através da demarcação de uma área do ecrã, nunca superior a uma quarta parte deste, claramente distinta da área remanescente e identificada de forma perceptível para os destinatários, com a menção 'publicidade'.
inserção
1 - a publicidade televisiva e a televenda podem ser inseridas desde que não atentem contra a integridade dos programas e tenham em conta as suas interrupções naturais, bem como a sua duração e natureza, e de forma a não lesar os direitos de quaisquer titulares: a) entre programas e nas interrupções dos programas; b) utilizando a totalidade do ecrã ou parte deste.
2 - a inserção de publicidade televisiva ou televenda não pode implicar o aumento do nível do volume sonoro aplicado à restante programação.
3 - é proibida: a) a televenda em ecrã fraccionado; b) a televenda no decurso de programas infantis e nos quinze minutos imediatamente anteriores e posteriores à sua transmissão; c) a publicidade televisiva em ecrã fraccionado no decurso de noticiários e de programas de informação política, em programas infantis e em programas destinados à difusão de serviços religiosos; d) a publicidade televisiva em ecrã fraccionado no decurso da emissão de obras criativas, bem como em programas de debates ou entrevistas.
4 - a transmissão de noticiários, programas de informação política, obras cinematográficas e de filmes concebidos para televisão, com excepção de séries, folhetins e documentários, só pode ser interrompida por publicidade televisiva e, ou, televenda uma vez por cada período de programação de, no mínimo, trinta minutos.
5 - a transmissão de programas infantis só pode ser interrompida por publicidade televisiva uma vez por cada período de programação de, no mínimo, trinta minutos desde que a duração prevista para o programa seja superior a trinta minutos.
6 - a difusão de serviços religiosos não pode ser interrompida para inserção de publicidade televisiva e, ou, televenda.
7 - as mensagens de publicidade televisiva e de televenda isoladas, salvo se apresentadas em transmissões de acontecimentos desportivos, só podem ser inseridas a título excecional.
telepromoção
1 - a telepromoção só é admitida em programas de entretenimento ligeiro com a natureza de concursos ou similares.
2 - os espectadores devem ser informados da existência de telepromoção no início e no fim dos programas que recorram a essa forma de publicidade.
3 - a telepromoção é imediatamente precedida de separador óptico ou acústico e acompanhada de um identificador que assinale a sua natureza comercial. subsecção ii outras formas de comunicação comercial audiovisual alterações alterado pelo/a artigo 6.º da/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
patrocínio
1 - os serviços de programas televisivos e os serviços de comunicação audiovisual a pedido, bem como os respetivos programas patrocinados, são claramente identificados com tal pelo nome, logótipo ou qualquer outro sinal distintivo do patrocinador dos seus produtos ou dos seus serviços.
2 - os programas patrocinados devem ainda ser identificados no início, no recomeço e no fim do programa, sem prejuízo de tal indicação poder ser feita cumulativamente noutros momentos, desde que não atente contra a integridade dos programas, tendo em conta as suas interrupções naturais, bem como a sua duração e natureza, e seja efetuada de forma a não lesar os direitos de quaisquer titulares.
3 - os serviços noticiosos e os programas de atualidade informativa não podem ser patrocinados.
4 - o conteúdo de um serviço de programas televisivo, serviço audiovisual a pedido ou programa patrocinado ou, no caso dos serviços de programas televisivos, a sua programação não podem, em caso algum, ser influenciados de modo a afetar a respetiva responsabilidade e independência editorial.
5 - os serviços de programas ou programas patrocinados, assim como a identificação dos respetivos patrocínios, não podem encorajar diretamente a compra ou locação de produtos ou serviços do patrocinador ou de terceiros, nomeadamente através de referências promocionais específicas a esses produtos ou serviços. alterações alterado pelo/a artigo 2.º da/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17 alterado pelo/a artigo 2.º da/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
colocação de produto e ajuda à produção
1 - a colocação de produto apenas é proibida em noticiários e em programas de atualidade informativa, em programas relativos a assuntos dos consumidores, em programas religiosos e em programas infantis.
2 - (revogado.)
3 - a colocação de produto não pode influenciar os conteúdos e a sua organização na grelha de programas, no caso dos serviços de programas televisivos, ou no catálogo, no caso dos serviços audiovisuais a pedido, de modo que afete a responsabilidade e a independência editorial do operador de televisão ou do operador de serviços a pedido.
4 - os programas que sejam objeto de colocação de produto não podem encorajar diretamente a compra ou locação de produtos ou serviços, nomeadamente através de referências promocionais específicas a esses produtos ou serviços.
5 - a colocação de produto não pode conceder relevo indevido a produtos, serviços ou marcas comerciais, designadamente quando a referência efetuada não seja justificada por razões editoriais ou seja suscetível de induzir o público em erro em relação à sua natureza, ou ainda pela forma recorrente com que aqueles elementos são apresentados ou postos em evidência.
6 - os programas que contenham colocação de produto, quando produzidos ou encomendados pelo operador de televisão ou pelo operador de serviços audiovisuais a pedido que procede à respetiva difusão ou, ainda, por uma sua filial, devem ser adequadamente identificados no início, no fim e quando do seu recomeço após interrupções publicitárias.
7 - é permitida a concessão de ajudas à produção a qualquer programa quando os bens ou serviços utilizados não tenham valor comercial significativo, aplicando-se o disposto nos n.os 3 a 6.
8 - não é admitida a apresentação, durante a exibição de programas infantis, de qualquer tipo de mensagens comerciais suscetíveis de prejudicar o desenvolvimento integral, físico, mental ou emocional das crianças e jovens, designadamente as relativas aos alimentos e às bebidas previstos no artigo 20.º-a do código da publicidade.
9 - nas ajudas à produção em que os bens ou serviços utilizados tenham valor comercial significativo aplicam-se as regras previstas para a colocação de produto, incluindo as de natureza contraordenacional.
10 - o valor comercial significativo é determinado mediante acordo celebrado entre os operadores de televisão e de serviços audiovisuais a pedido e sujeito à ratificação da entidade reguladora para a comunicação social.
11 - na ausência ou na falta de subscrição do acordo referido no número anterior, o valor comercial significativo é definido pela entidade reguladora para a comunicação social, ouvindo os operadores do setor, devendo em qualquer caso ter como referência o valor comercial dos bens ou serviços envolvidos e o valor publicitário correspondente ao tempo de emissão em que o bem ou serviço é identificado, designadamente através da exibição da respetiva marca, acrescido do tempo de identificação imediatamente anterior ou posterior ao programa, de acordo com o tarifário publicitário de televisão mais elevado em vigor à data da primeira emissão do programa ou da sua primeira disponibilização a pedido. notas:
alterações alterado pelo artigo 2.º da/o lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17 aditado pelo/a artigo 3.º da/o lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
comunicações comerciais audiovisuais virtuais
1 - só podem ser inseridas comunicações comerciais audiovisuais virtuais em locais onde previamente existam e sejam visíveis comunicações comerciais desde que não lhes seja dado maior relevo e obtido o acordo dos organizadores do evento transmitido e dos detentores dos direitos de transmissão.
2 - os consumidores devem ser informados da inserção de comunicações comerciais audiovisuais virtuais no início e no fim de cada programa em que ocorram.
3 - é proibida a inserção de comunicações comerciais audiovisuais virtuais em obras criativas, tal como definidas na alínea h) do n.º 1 do artigo 2.º, bem como em programas de debates ou entrevistas. alterações aditado pelo/a artigo 3.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
tempo de emissão o tempo de emissão destinado à identificação do patrocínio, da colocação de produto e da ajuda à produção, bem como o destinado à difusão de mensagens que digam respeito a serviços públicos ou fins de interesse público e apelos de teor humanitário transmitidos gratuitamente, no âmbito de serviços de programas televisivos ou de serviços audiovisuais a pedido, não está sujeito a qualquer limitação. alterações aditado pelo/a artigo 3.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
interactividade
1 - é permitida a inclusão em espaços publicitários inseridos nos serviços de programas televisivos ou nos serviços audiovisuais a pedido de funcionalidades que permitam a passagem para ambiente interactivo que contenha publicidade.
2 - é proibida a inclusão das funcionalidades interactivas referidas no número anterior no decurso de programas infantis e nos cinco minutos imediatamente anteriores e posteriores à sua transmissão.
3 - a passagem a ambiente interactivo que contenha publicidade é obrigatoriamente precedida de um ecrã intermédio de aviso que contenha informação inequívoca sobre o destino dessa transição e que permita facilmente o regresso ao ambiente linear.
4 - a disponibilização em serviços de programas televisivos das funcionalidades previstas no número anterior aplicam-se as normas gerais em matéria de publicidade, nomeadamente as que consagram restrições ao seu objecto e conteúdo. alterações aditado pelo/a artigo 3.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
identificação dos programas e gravação das emissões
identificação dos programas os programas devem ser identificados e conter os elementos relevantes das respectivas fichas artística e técnica.
gravação das emissões
1 - independentemente do disposto no artigo 92.º, as emissões devem ser gravadas e conservadas pelo prazo mínimo de 90 dias, se outro mais longo não for determinado por lei ou por decisão judicial.
2 - a entidade reguladora para a comunicação social pode, em qualquer momento, solicitar aos operadores as gravações referidas no número anterior, devendo as mesmas, em caso de urgência devidamente fundamentada, ser enviadas no prazo
difusão de obras áudio-visuais
defesa da língua portuguesa
1 - as emissões devem ser faladas ou legendadas em português, sem prejuízo da eventual utilização de qualquer outra língua quando se trate de programas que preencham necessidades pontuais de tipo informativo, destinados ao ensino de idiomas estrangeiros ou especialmente dirigidos a comunidades migrantes.
2 - os serviços de programas televisivos de cobertura nacional, com exceção daqueles cuja natureza e temática a tal se opuserem, devem dedicar pelo menos 50 % das suas emissões, com exclusão do tempo consagrado à publicidade, televenda e teletexto, à difusão de programas originariamente em língua portuguesa.
3 - sem prejuízo do disposto no número anterior, os serviços de programas nele referidos devem dedicar pelo menos 20 % do tempo das suas emissões à difusão de obras criativas de produção originária em língua portuguesa.
4 - para efeitos da contabilização da percentagem de programação referida no número anterior contam-se somente as primeiras cinco exibições de cada obra, independentemente do ano em que sejam exibidas.
5 - as percentagens previstas nos n.os 2 e 3 podem ser preenchidas, até um máximo de 25 %, por programas originários de outros países lusófonos para além de portugal.
6 - os operadores de televisão devem garantir que o cumprimento das percentagens referidas nos n.os 2 e 3 não se efetue em períodos de audiência reduzida. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 40/2014 - diário da república n.º 130/2014, série i de 2014-07-09, em vigor a partir de 2014-07-10, produz efeitos a partir de 2014-07-01 alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
produção europeia
1 - os operadores de televisão que explorem serviços de programas televisivos de cobertura nacional devem incorporar uma percentagem maioritária de obras europeias na respetiva programação, uma vez deduzido o tempo de emissão consagrado aos noticiários, manifestações desportivas, concursos, publicidade, televenda e teletexto.
2 - os catálogos dos serviços audiovisuais a pedido asseguram uma quota mínima de 30 % de obras europeias, tendo de lhes ser garantida uma posição proeminente, devendo estes catálogos dedicar pelo menos metade dessa percentagem a obras criativas de produção independente europeias, originariamente em língua portuguesa, produzidas há menos de cinco anos.
3 - os operadores de televisão e operadores de serviços audiovisuais a pedido estão, ainda, sujeitos às contribuições e ao investimento definido na lei n.º 55/2012, de 6 de setembro, na redação resultante da revisão efetuada no ano de 2020.
4 - o disposto no número anterior é aplicável aos operadores de televisão e aos operadores de serviços audiovisuais a pedido e aos fornecedores de plataformas de partilha de vídeos que estejam sob a jurisdição de outro estado-membro, mas que visem audiências situadas em território português, relativamente às receitas que obtenham em portugal.
5 - o disposto nos números anteriores não é aplicável aos operadores de televisão, aos operadores de serviços audiovisuais a pedido e aos fornecedores de plataformas de partilha de vídeos com um baixo volume de negócios ou com baixas audiências.
6 - o cálculo da percentagem de obras europeias a que se refere o n.º 2 e a definição de baixas audiências e de baixo volume de negócios a que se refere o n.º 4 do artigo 14.º-a da lei n.º 55/2012, de 6 de setembro, na redação dada pela lei n.º 74/2020, de 19 de novembro, são realizados de acordo com as orientações emitidas pela comissão europeia nos termos do n.º 7 do artigo 13.º da diretiva serviços de comunicação social audiovisual.
7 - a erc, até 19 de dezembro de 2021 e, posteriormente, de dois em dois anos, publica no seu sítio na internet relatório sobre a execução das obrigações previstas nos números anteriores, devendo o governo notificar a comissão europeia sobre o endereço onde se encontra depositado o relatório.
8 - a erc e o instituto do cinema e do audiovisual, i. p., cooperam por forma a assegurar a partilha dos dados necessária para a fiscalização do cumprimento no disposto na presente lei. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17 alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
produção independente
1 - os operadores de televisão que explorem serviços de programas televisivos de cobertura nacional devem assegurar que, pelo menos, 10 % da respetiva programação, com exclusão dos tempos consagrados aos noticiários, manifestações desportivas, concursos, publicidade, televenda e teletexto, sejam preenchidos através da difusão de obras criativas de produção independente europeias, originalmente em língua portuguesa, produzidas há menos de cinco anos.
2 - os serviços de programas referidos no número anterior, classificados como generalistas, devem dedicar pelo menos metade do tempo da percentagem da programação aí referida à difusão de obras criativas de produção independente europeias, originalmente em língua portuguesa, produzidas há menos de cinco anos.
3 - para efeitos da contabilização das percentagens de programação referidas nos números anteriores contam-se somente as primeiras cinco exibições de cada obra, independentemente do ano em que sejam exibidas. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17 alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
critérios de aplicação
1 - o cumprimento das obrigações referidas nos artigos 44.º a 46.º é avaliado anualmente, devendo ser tidas em conta, quando aplicável, a natureza específica dos serviços de programas televisivos temáticos e as responsabilidades do operador em matéria de informação, educação, cultura e diversão.
2 - os relatórios da avaliação referida no número anterior, contendo as respetivas conclusões, são tornados públicos no sítio eletrónico da entidade reguladora para a comunicação social até 30 de junho do ano subsequente àquele a que dizem respeito. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
apoio à produção o estado deve assegurar a existência de medidas de incentivo à produção áudio-visual de ficção, documentário e animação de criação original em língua portuguesa, tendo em vista a criação de condições para o cumprimento do disposto nos artigos 44.º a 46.º, através da adoção dos mecanismos jurídicos, financeiros, fiscais ou de crédito apropriados.
dever de informação
1 - os operadores de televisão e os operadores de serviços audiovisuais a pedido estão obrigados a prestar trimestralmente à entidade reguladora para a comunicação social, de acordo com modelo por ela definido, todos os elementos necessários para o exercício da fiscalização do cumprimento das obrigações previstas nos artigos 44.º a 46.º
2 - os operadores de televisão e os operadores de serviços audiovisuais a pedido que, estando sob jurisdição de outro estado-membro, visem audiências situadas em território português, devem indicar representante, comunicando a sua identidade e contacto à erc, com vista ao cumprimento do disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 45.º
3 - a erc, no quadro da cooperação entre reguladores no erga (grupo de reguladores europeus dos serviços de comunicação social audiovisual), comunica à entidade reguladora do estado-membro com jurisdição sobre os serviços de comunicação social audiovisual referidos no número anterior a violação do dever de informação a que estão adstritas as entidades referidas nos números anteriores. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 225/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17 alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
serviço público alterações alterado pelo/a artigo 6.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
princípios
1 - a estrutura e o funcionamento do operador de serviço público de televisão devem salvaguardar a sua independência perante o governo, a administração pública e os demais poderes públicos, bem como assegurar a possibilidade de expressão e confronto das diversas correntes de opinião.
2 - o serviço público de televisão garante a observância dos princípios da universalidade e da coesão nacional, da diversificação, da qualidade e da indivisibilidade da programação, do pluralismo e do rigor, isenção e independência da informação, bem como o princípio da inovação.
obrigações específicas da concessionária do serviço público de televisão
1 - a concessionária do serviço público de televisão deve, de acordo com os princípios enunciados no artigo anterior, apresentar uma programação que promova a formação cultural e cívica dos telespectadores, garantindo o acesso de todos à informação, à educação e ao entretenimento de qualidade.
2 - à concessionária incumbe, designadamente: a) fornecer uma programação variada e abrangente, que promova a diversidade cultural e tenha em conta os interesses das minorias; b) promover o acesso do público às manifestações culturais portuguesas e garantir a sua cobertura informativa adequada; c) proporcionar uma informação isenta, rigorosa, plural e contextualizada, que garanta a cobertura noticiosa dos principais acontecimentos nacionais e internacionais; d) garantir a produção e transmissão de programas educativos e de entretenimento destinados ao público jovem e infantil, contribuindo para a sua formação; e) garantir a transmissão de programas de caráter cultural, educativo e informativo para públicos específicos, incluindo os que compõem as diversas comunidades imigrantes em portugal; f) conceber e implementar um plano de ação para promoção da literacia mediática, em formatos acessíveis e adaptados a pessoas com necessidades especiais, incluindo em língua gestual portuguesa e legendagem, em parceria com outros atores relevantes neste domínio, incluindo a produção e difusão de conteúdos sobre a matéria; g) promover a emissão de programas em língua portuguesa, de géneros diversificados, e reservar à produção europeia parte considerável do seu tempo de emissão, devendo dedicar-lhes percentagens superiores às exigidas na presente lei a todos os operadores de televisão, atenta a missão de cada um dos seus serviços de programas; h) apoiar a produção nacional de obras cinematográficas e áudio-visuais, no respeito pelos compromissos internacionais que vinculam o estado português, e a co-produção com outros países, em especial europeus e da comunidade de língua portuguesa; i) emitir programas destinados especialmente aos portugueses residentes fora de portugal e aos nacionais de países de língua oficial portuguesa, igualmente residentes fora de portugal; j) garantir a possibilidade de acompanhamento das emissões por pessoas com necessidades especiais, nomeadamente através do recurso à legendagem, à interpretação por meio da língua gestual, à áudio-descrição ou a outras técnicas que se revelem adequadas, assim como emitir programação especificamente direcionada para este segmento do público, de acordo com a calendarização definida no plano plurianual referido no n.º 3 do artigo 34.º, a qual tem em conta as especiais responsabilidades de serviço público, previstas no âmbito do respetivo contrato de concessão; l) garantir o exercício dos direitos de antena, de resposta e de réplica política, nos termos constitucional e legalmente previstos; m) emitir as mensagens cuja difusão seja solicitada pelo presidente da república, pelo presidente da assembleia da república ou pelo primeiro-ministro; n) ceder tempo de emissão à administração pública, com vista à divulgação de informações de interesse geral, nomeadamente em matéria de saúde e segurança públicas; o) promover a emissão de programas que aconselhem e estimulem os cidadãos para a prática adequada de exercício físico e de uma boa nutrição, no caso de dever coletivo de permanência em residência, por período alargado, devido à declaração de estado de exceção ou por necessidade de isolamento social. alterações alterado pelo/a artigo 2.º da/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17 alterado pelo/a artigo 8.º da/a lei n.º 7/2020 - diário da república n.º 71-a/2020, série i de 2020-04-10, em vigor a partir de 2020-04-11
concessão de serviço público de televisão
1 - a concessão do serviço público de televisão é atribuída por períodos de 16 anos, nos termos do contrato a celebrar entre o estado e a sociedade concessionária.
2 - a concessão do serviço público de televisão realiza-se por meio de serviços de programas televisivos de acesso não condicionado livre ou, quando razões de natureza tecnológica ou financeira o imponham, de acesso não condicionado com assinatura.
3 - a concessão do serviço público inclui necessariamente: a) um serviço de programas generalista distribuído em simultâneo em todo o território nacional, incluindo as regiões autónomas, com o objectivo de satisfazer as necessidades formativas, informativas, culturais e recreativas do grande público; b) um segundo serviço de programas generalista distribuído em simultâneo em todo o território nacional, incluindo as regiões autónomas, aberto à participação da sociedade civil e com o objectivo de satisfazer as necessidades informativas, recreativas e, em especial, educativas, formativas e culturais dos diversos segmentos do público, incluindo as minorias; c) dois serviços de programas televisivos especialmente destinados, respectivamente, à região autónoma dos açores e à região autónoma da madeira; d) um ou mais serviços de programas vocacionados para os telespectadores de língua portuguesa residentes no estrangeiro ou especialmente dirigidos aos países de língua oficial portuguesa, que promovam a afirmação, valorização e defesa da imagem de portugal no mundo. e) programas que valorizem a educação, a saúde, a ciência, a investigação, as artes, a inovação, o empreendedorismo, a interculturalidade, a promoção da igualdade de género, os temas económicos, a ação social, a divulgação de causas humanitárias, o desporto não profissional e o desporto escolar, as confissões religiosas, a produção independente de obras criativas, o cinema português, o ambiente, a defesa do consumidor e o experimentalismo audiovisual.
4 - os serviços de programas televisivos referidos nas alíneas a), b) e c), bem como os programas referidos na alínea e) do número anterior, são necessariamente de acesso livre, devendo estes últimos ser obrigatoriamente incluídos em algum dos serviços de programas de acesso não condicionado livre de âmbito nacional.
5 - para cumprimento das obrigações legal e contratualmente estabelecidas, a concessão do serviço público de televisão pode integrar ainda serviços de programas televisivos que tenham por objecto, designadamente: a) a prestação especializada de informação com uma vocação de proximidade, concedendo particular atenção a temas com interesse para regiões e comunidades específicas, em articulação ou não com os demais serviços de programas televisivos, nomeadamente em matéria de gestão conjunta de direitos; b) a divulgação do acervo documental proveniente dos arquivos áudio-visuais da concessionária do serviço público; c) a satisfação das necessidades educativas e formativas do público infantil e juvenil; d) a promoção do acesso às diferentes áreas do conhecimento.
6 - o contrato de concessão a que alude o n.º 1 estabelece, de acordo com o disposto no presente capítulo, os direitos e obrigações de cada uma das partes, devendo definir os objectivos a alcançar e os critérios qualitativos e quantitativos que assegurem a sua concretização, bem como as respectivas formas de avaliação.
7 - o conteúdo do contrato de concessão e dos actos ou contratos referidos no número anterior é objecto de parecer da entidade reguladora para a comunicação social.
8 - o contrato de concessão deve ser revisto no final de cada período de quatro anos, sem prejuízo das alterações que entretanto ocorram fazer.
9 - o processo de revisão referido no número anterior deve considerar a avaliação do cumprimento do serviço público e contemplar uma consulta pública sobre os objectivos e critérios de referência para o quadriénio seguinte. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 40/2014 - diário da república n.º 130/2014, série i de 2014-07-09, em vigor a partir de 2014-07-10, produz efeitos a partir de 2014-07-01
primeiro serviço de programas generalista de âmbito nacional o serviço de programas generalista de âmbito nacional dirigido ao grande público deve, atendendo às realidades territoriais e aos diferentes grupos constitutivos da sociedade portuguesa, conceder especial relevo: a) à informação, designadamente através da difusão de debates, entrevistas, reportagens e documentários; b) ao entretenimento de qualidade e de expressão originária portuguesa; c) à transmissão de programas de carácter cultural;
segundo serviço de programas generalista de âmbito nacional
1 - o segundo serviço de programas generalista de âmbito nacional compreende uma programação de forte componente cultural e formativa, aberta à sociedade civil.
2 - o segundo serviço de programas generalista de âmbito nacional deve assegurar uma programação de grande qualidade, coerente e distinta dos demais serviços de programas televisivos de serviço público, nele participando entidades públicas ou privadas com acção relevante nas áreas referidas no número anterior.
3 - junto do segundo serviço de programas funciona um órgão consultivo representativo dos parceiros da administração pública e dos agentes culturais e da sociedade civil que com ele se relacionem. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 40/2014 - diário da república n.º 130/2014, série i de 2014-07-09, em vigor a partir de 2014-07-10, produz efeitos a partir de 2014-07-01 alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
serviços de programas televisivos de âmbito internacional
1 - os serviços de programas televisivos referidos na alínea d) do n.º 3 do artigo 52.º prosseguem os seus objectivos próprios tendo em conta os interesses nacionais no que respeita à ligação às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo ou à cooperação com os países de língua portuguesa.
2 - para o cumprimento do disposto no número anterior, a concessionária do serviço público de televisão pode realizar acordos de colaboração com as operadoras privadas de televisão que transmitam serviços de programas televisivos generalistas, assim como com os organismos e serviços públicos com actividade relevante naqueles domínios.
3 - junto dos serviços de programas televisivos internacionais funciona, reunindo presencialmente ou por videoconferência, o órgão consultivo representativo dos parceiros da administração pública e da sociedade civil que com ele se relacionem, de que são membros por inerência, o presidente do conselho das comunidades portuguesas e os presidentes dos conselhos regionais das comunidades portuguesas em áfrica, na ásia e oceânia, na américa do norte, na américa central, na américa do sul e na europa. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17
serviços de programas televisivos de âmbito regional
1 - os serviços de programas televisivos especialmente destinados às regiões autónomas dos açores e da madeira devem atender às respectivas realidades sociais, culturais e geográficas dos arquipélagos e valorizar a produção regional.
2 - os serviços de programas televisivos de âmbito regional devem ceder tempo de emissão à administração pública, incluindo a administração regional autónoma, com vista à divulgação de informações de interesse geral, nomeadamente em matéria de saúde e segurança pública.
3 - a concessionária do serviço público de televisão e os governos regionais dos açores e da madeira podem estabelecer acordos específicos que prevejam o financiamento de obrigações complementares específicas do serviço público de televisão.
financiamento e controlo da execução
1 - o estado assegura o financiamento do serviço público de televisão e zela pela sua adequada aplicação, nos termos estabelecidos na lei e no contrato de concessão.
2 - o financiamento público deve respeitar os princípios da proporcionalidade e da transparência.
3 - o contrato de concessão deve estabelecer um sistema de controlo que verifique o cumprimento das missões de serviço público e a transparência e a proporcionalidade dos fluxos financeiros associados, garantindo que estes se limitem ao necessário para a sua prossecução e prevendo os mecanismos adequados para assegurar o reembolso, em caso de sobrecompensação financeira.
4 - o contrato de concessão deve igualmente impedir a concessionária de adoptar práticas não justificadas pelas regras do mercado que conduzam ao incremento de custos ou à redução de proveitos.
5 - com o objectivo de permitir uma adequada e eficaz gestão de recursos, de acordo com a evolução previsível da conjuntura económica e social, os encargos decorrentes do financiamento do serviço público de rádio e de televisão serão previstos num horizonte plurianual, com a duração de quatro anos.
6 - a previsão referida no número anterior deve identificar, além dos custos totais para o período de quatro anos, a parcela anual desses encargos.
7 - a auditoria externa anual, promovida pela entidade reguladora para a comunicação social no âmbito das suas competências, inclui necessariamente a verificação do cumprimento do disposto nos n.os 2 a 4 do presente artigo.
direitos de antena, de resposta e de réplica política
disposição comum
contagem dos tempos de emissão os operadores de televisão asseguram a contagem dos tempos de antena, de réplica política e de resposta, para efeitos do presente capítulo, dando conhecimento dos respectivos resultados aos interessados.
direito de antena
acesso ao direito de antena
1 - aos partidos políticos, ao governo, às organizações sindicais, às organizações profissionais e representativas das atividades económicas e às associações de defesa do ambiente e do consumidor é garantido o direito a tempo de antena no serviço público de televisão.
2 - por tempo de antena entende-se o espaço de programação própria da responsabilidade do titular do direito, facto que deve ser expressamente mencionado no início e no termo de cada programa.
3 - às entidades referidas no n.º 1 têm direito, gratuita e anualmente, aos seguintes tempos de antena: a) dez minutos por partido representado na assembleia da república, ou nas assembleias legislativas das regiões autónomas, acrescidos de trinta segundos por cada deputado eleito; b) cinco minutos por partido não representado na assembleia da república, ou nas assembleias legislativas das regiões autónomas, com participação nas mais recentes eleições legislativas, acrescidos de trinta segundos por cada 15 000 votos nelas obtidos; c) sessenta minutos para o governo e sessenta minutos para os partidos representados na assembleia da república que não façam parte do governo, a ratear segundo a sua representatividade; d) noventa minutos para as organizações sindicais, noventa minutos para as organizações profissionais e representativas das atividades económicas e cinquenta minutos para as associações de defesa do ambiente, do consumidor e dos direitos humanos, a ratear de acordo com a sua representatividade; e) quinze minutos para outras entidades que tenham direito de antena atribuído por lei.
4 - no caso das regiões autónomas, o direito de antena referido no número anterior é exercido pelos partidos que se apresentaram a sufrágio nas eleições para as assembleias legislativas regionais nos serviços de programas especialmente destinados à respetiva região.
5 - cada titular não pode utilizar o direito de antena mais de uma vez em cada 15 dias, nem em emissões com duração superior a dez ou inferior a três minutos, salvo se o seu tempo de antena for globalmente inferior.
6 - os responsáveis pela programação devem organizar, com a colaboração dos titulares do direito de antena e de acordo com a presente lei, planos gerais da respetiva utilização.
7 - a falta de acordo sobre os planos referidos no número anterior dá lugar à arbitragem pela entidade reguladora para a comunicação social. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
limitação ao direito de antena
1 - o exercício do direito de antena não pode ocorrer aos sábados, domingos e feriados nacionais, devendo ainda ser suspenso um mês antes da data fixada para o início do período de campanha em qualquer ato eleitoral ou referendário, nos termos da legislação respetiva.
2 - o direito de antena é intransmissível.
emissão e reserva do direito de antena
1 - os tempos de antena são emitidos no serviço de programas televisivo de cobertura nacional de maior audiência imediatamente antes ou após o principal jornal nacional difundido entre as 19 e as 22 horas.
2 - os titulares do direito de antena devem solicitar a reserva do tempo de antena a que tenham direito até 15 dias antes da transmissão, devendo a respetiva gravação ser efetuada ou os materiais pré-gravados entregues até quarenta horas antes da emissão do programa.
3 - no caso de programas prontos para emissão, a entrega deve ser feita até vinte e quatro horas antes da transmissão.
4 - aos titulares do direito de antena são assegurados os indispensáveis meios técnicos para a realização dos respectivos programas em condições de absoluta igualdade.
caducidade do direito de antena o não cumprimento dos prazos previstos no artigo anterior determina a caducidade do direito, salvo se tiver ocorrido por facto não imputável ao seu titular, caso em que o tempo não utilizado pode ser acumulado ao da utilização programada posterior à cessação do impedimento.
direito de antena em período eleitoral nos períodos eleitorais, o exercício do direito de antena é regulado pela legislação eleitoral aplicável, abrangendo todos os serviços de programas televisivos generalistas de acesso livre.
direito de réplica política
direito de réplica política dos partidos da oposição
1 - os partidos representados na assembleia da república e que não façam parte do governo têm direito de réplica, no mesmo serviço de programas, às declarações políticas proferidas pelo governo no serviço público de televisão que directamente os atinjam.
2 - a duração e o relevo concedidos para o exercício do direito referido no número anterior são iguais aos das declarações que lhes tiverem dado origem.
3 - quando mais de um partido tiver solicitado, através do respectivo representante, o exercício do direito, o tempo é rateado em partes iguais pelos vários titulares, nunca podendo ser inferior a um minuto por cada interveniente.
4 - ao direito de réplica política são aplicáveis, com as devidas adaptações, os procedimentos previstos na presente lei para o exercício do direito de resposta.
5 - para efeitos do presente artigo, só se consideram as declarações de política geral ou sectorial feitas pelo governo em seu nome e como tal identificáveis, não relevando, nomeadamente, as declarações de membros do governo sobre assuntos relativos à gestão dos respectivos departamentos.
6 - o disposto nos números anteriores é correspondentemente aplicável, no âmbito dos serviços de programas especialmente destinados às regiões autónomas, ao direito de réplica política dos partidos representados nas assembleias legislativas regionais que não façam parte dos respectivos governos regionais. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
direitos de resposta e de rectificação
pressupostos dos direitos de resposta e de rectificação
1 - tem direito de resposta nos serviços de programas televisivos e nos serviços audiovisuais a pedido qualquer pessoa singular ou colectiva, organização, serviço ou organismo público que neles tiver sido objecto de referências, ainda que indirectas, que possam afectar a sua reputação ou bom nome.
2 - as pessoas e entidades referidas no número anterior têm direito de rectificação nos serviços de programas televisivos e nos serviços audiovisuais a pedido em que tenham sido feitas referências inverídicas ou erróneas que lhes digam respeito.
3 - o direito de resposta e o de rectificação ficam prejudicados se, com a concordância expressa do interessado, o operador de televisão ou o operador de serviços audiovisuais a pedido tiver corrigido ou esclarecido o texto ou imagem em causa ou lhe tiver permitido, por outro meio, expor os factos ou os pontos de vista que alegadamente justificariam a resposta ou a rectificação.
4 - o direito de resposta e o de rectificação são independentes de procedimento criminal pelo facto da emissão, bem como do direito à indemnização pelos danos por ela causados. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
direito ao visionamento
1 - o titular do direito de resposta ou de rectificação, ou quem legitimamente o represente nos termos do n.º 1 do artigo seguinte, pode exigir, para efeito do seu exercício, o visionamento do material da emissão em causa, o qual deve ser facultado ao interessado no prazo máximo de vinte e quatro horas.
2 - o pedido de visionamento suspende o prazo para o exercício do direito de resposta ou de rectificação, que volta a correr vinte e quatro horas após o momento em que a entidade emissora o tiver facultado.
3 - o direito ao visionamento envolve igualmente a obtenção de um registo da emissão em causa, mediante pagamento do custo do suporte que for utilizado.
exercício dos direitos de resposta e de rectificação
1 - o direito de resposta e o de rectificação devem ser exercidos pelo próprio titular, pelo seu representante legal ou pelos herdeiros, nos 20 dias seguintes à emissão.
2 - o prazo do número anterior suspende-se quando, por motivo de força maior, as pessoas nele referidas estiverem impedidas de fazer valer o direito cujo exercício estiver em causa.
3 - o texto da resposta ou da rectificação deve ser entregue ao operador de televisão ou ao operador de serviços audiovisuais a pedido, com assinatura e identificação do autor, através de procedimento que comprove a sua recepção, invocando expressamente o direito de resposta ou de rectificação ou as competentes disposições legais.
4 - o conteúdo da resposta ou da rectificação é limitado pela relação directa e útil com as referências que as tiverem provocado, não podendo exceder o número de palavras do texto que lhes deu origem.
5 - a resposta ou a rectificação não podem conter expressões desproporcionadamente desprimorosas ou que envolvam responsabilidade criminal ou civil, a qual, neste caso, só ao autor da resposta ou rectificação pode ser exigida. alterações alterado pelo/a artigo 2.º da/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
decisão sobre a transmissão da resposta ou rectificação
1 - quando a resposta ou a rectificação forem intempestivas, provierem de pessoas sem legitimidade, carecerem manifestamente de fundamento ou contrariarem o disposto nos n.os 4 ou 5 do artigo anterior, o operador de televisão ou o operador de serviços a pedido pode recusar a sua emissão, informando o interessado, por escrito, acerca da recusa e da sua fundamentação, nas vinte e quatro horas seguintes à recepção da resposta ou rectificação.
2 - caso a resposta ou a rectificação violem o disposto nos n.os 4 ou 5 do artigo anterior, o operador convida o interessado, no prazo previsto no número anterior, a proceder à eliminação, nas quarenta e oito horas seguintes, das passagens ou expressões em questão, sem o que fica habilitado a recusar a divulgação da totalidade do texto.
3 - no caso de o direito de resposta ou de rectificação não terem sido satisfeitos ou terem sido infundadamente recusados, o interessado pode recorrer ao tribunal judicial do seu domicílio, no prazo de 10 dias a contar da recusa ou do termo do prazo legal para a satisfação do direito, e à entidade reguladora para a comunicação social, nos termos e prazos da legislação especificamente aplicável.
4 - requerida a notificação judicial do operador que não tenha dado satisfação ao direito de resposta ou de rectificação, é aquele imediatamente notificado por via postal para contestar no prazo de dois dias úteis, após o que será proferida em igual prazo a decisão, da qual há recurso com efeito meramente devolutivo.
5 - só é admitida prova documental, sendo todos os documentos juntos com o requerimento inicial e com a contestação.
6 - no caso de procedência do pedido, o operador emite a resposta ou a rectificação no prazo fixado no n.º 1 do artigo seguinte, acompanhada da menção de que aquela é efectuada por decisão judicial ou da entidade reguladora para a comunicação social. alterações alterado pelo/a artigo 2.º da/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
transmissão da resposta ou da rectificação
1 - a transmissão da resposta ou da rectificação é feita até vinte e quatro horas a contar da entrega do respectivo texto ao operador de televisão ou ao operador de serviços audiovisuais a pedido, salvo o disposto nos n.os 1 e 2 do artigo anterior.
2 - a resposta ou a rectificação são transmitidas gratuitamente: a) nos serviços de programas televisivos, no mesmo programa ou, caso não seja possível, em hora de emissão equivalente; b) nos serviços audiovisuais a pedido, em programa a associar, no catálogo, ao programa a que a resposta ou rectificação diz respeito, com o mesmo destaque e devidamente identificado como tal.
3 - a resposta ou a rectificação devem: a) nos serviços de programas televisivos, ser transmitidas tantas vezes quantas as emissões da referência que as motivou; b) nos serviços audiovisuais a pedido, manter-se acessíveis ao público pelo tempo de permanência em catálogo do programa onde foi feita a referência que as motivou ou, independentemente desse facto, por um período mínimo de sete dias.
4 - a resposta ou rectificação são lidas por um locutor da entidade emissora em moldes que assegurem a sua fácil percepção e pode incluir componentes áudio-visuais sempre que a referência que as motivou tiver utilizado técnica semelhante.
5 - a transmissão da resposta ou da rectificação não pode ser precedida nem seguida de quaisquer comentários, à exceção dos necessários para apontar qualquer inexatidão ou erro de facto, os quais podem originar nova resposta ou rectificação, nos termos dos n.os 1 e 2 do artigo 65.º alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
plataformas de partilha de vídeo alterações aditado pelo/a artigo 4.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17
direitos humanos e proteção de crianças e jovens sem prejuízo do disposto nos artigos 12.º a 16.º do decreto-lei n.º 7/2004, de 7 de janeiro, os fornecedores de plataformas de partilha de vídeos tomam as medidas adequadas para proteger: a) as crianças e jovens, contra programas, vídeos gerados pelos utilizadores e comunicações comerciais audiovisuais suscetíveis de prejudicar o seu desenvolvimento integral, físico, mental ou emocional; b) o público em geral, contra programas, vídeos gerados pelos utilizadores e comunicações comerciais audiovisuais que contenham incitamentos à violência ou ao ódio contra grupos de pessoas ou membros desses grupos com base num dos motivos referidos no n.º 2 do artigo 27.º; c) o público em geral, contra programas, vídeos gerados pelos utilizadores e comunicações comerciais audiovisuais com conteúdos cuja divulgação consista numa atividade que constitua infração penal, a saber, o incitamento público à prática de infrações terroristas, tal como disposto na lei n.º 52/2003, de 22 de agosto, as infrações relativas à pornografia infantil, tal como disposto na lei n.º 103/2015, de 24 de agosto, e no artigo 176.º do código penal, e as infrações de caráter racista e xenófobo. alterações aditado pelo/a artigo 3.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17
proteção dos consumidores
1 - os fornecedores de plataformas de partilha de vídeos asseguram que as comunicações comerciais audiovisuais por si comercializadas, vendidas ou organizadas são facilmente reconhecíveis como tal e que não: a) constituam violação do disposto nos n.os 1, 2, 5 e 6 do artigo 27.º; b) representem publicidade oculta ou dissimulada; c) utilizem técnicas subliminares; d) incentivem comportamentos prejudiciais à saúde ou à segurança; e) incentivem comportamentos gravemente prejudiciais à proteção do ambiente; f) digam respeito a cigarros e a outros produtos do tabaco, bem como a cigarros eletrónicos e a recargas; g) tenham como público-alvo específico as crianças e jovens, quando respeitem a bebidas alcoólicas; h) incentivem o consumo imoderado de bebidas alcoólicas; i) digam respeito a medicamentos e a tratamentos médicos apenas disponíveis mediante receita médica; j) sejam suscetíveis de causar prejuízos físicos, mentais ou morais às crianças e jovens, designadamente: i) incentivando-os diretamente a comprar ou a alugar produtos ou serviços aproveitando-se da sua inexperiência ou da sua credulidade; ii) incentivando-os diretamente a persuadirem os pais ou outras pessoas a adquirirem produtos ou serviços; iii) aproveitando-se da confiança especial que as crianças e jovens depositam nos pais, nos professores ou noutras pessoas; e iv) mostrando, sem motivo justificado, crianças e jovens em situações perigosas.
2 - os fornecedores de plataformas de partilha de vídeos tomam as medidas adequadas tendo em vista assegurar que as comunicações comerciais audiovisuais difundidas através dos seus serviços que não sejam por si promovidas, vendidas ou organizadas respeitam o disposto no número anterior, devendo incluir nas respetivas condições de utilização de serviços a obrigação de os utilizadores: a) respeitarem as normas vigentes relativas às comunicações comerciais, designadamente o disposto no número anterior; b) declararem a inclusão de comunicações comerciais audiovisuais nos vídeos por si gerados.
3 - os fornecedores de plataformas de partilha de vídeos informam claramente o público caso os programas ou os vídeos gerados pelos utilizadores contenham comunicações comerciais audiovisuais, sempre que as mesmas estiverem declaradas nos termos do número anterior e da alínea b) do artigo 69.º-c, ou tiverem, por qualquer outro meio, conhecimento desse facto. alterações aditado pelo/a artigo 3.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17
funcionalidades obrigatórias para assegurar os fins previstos nos artigos 69.º-a e 69.º-b, devem os fornecedores de plataformas de partilha de vídeos, entre outras medidas que se mostrem adequadas: a) incluir nos termos e condições de utilização dos serviços de plataformas de partilha de vídeos as restrições referidas no artigo 69.º-a e no n.º 1 do artigo 69.º-b, assegurando a sua aplicação; b) disponibilizar funcionalidades que permitam aos utilizadores que carregam vídeos declarar se os mesmos contêm comunicações comerciais audiovisuais, na medida em que possam sabê-lo ou se possa esperar razoavelmente que tal possam saber; c) criar e utilizar mecanismos transparentes e de fácil utilização que permitam ao público das plataformas de partilha de vídeos comunicar ou sinalizar, bem como classificar os conteúdos a que se refere o artigo 69.º-a e o n.º 1 do artigo 69.º-b; d) criar e gerir sistemas através dos quais expliquem ao público das plataformas de partilha de vídeos o seguimento dado à comunicação ou à sinalização a que se refere a alínea anterior; e) contribuir para a proteção das crianças e jovens em relação aos conteúdos suscetíveis de prejudicar o seu desenvolvimento físico, mental ou moral, criando e gerindo sistemas de verificação da idade dos utilizadores e público das plataformas de partilha de vídeos; f) disponibilizar sistemas de controlo parental que estejam sob o controlo dos utilizadores finais no que diz respeito aos conteúdos suscetíveis de prejudicar o desenvolvimento físico, mental ou moral das crianças e jovens; g) criar e gerir procedimentos transparentes, de fácil utilização e eficazes para o tratamento e a resolução das reclamações apresentadas pelo público ao fornecedor da plataforma de partilha de vídeos no que respeita à execução das medidas referidas nas alíneas c) a f); h) aplicar medidas e instrumentos eficazes em matéria de literacia mediática e sensibilizar os utilizadores para essas medidas e instrumentos. alterações aditado pelo/a artigo 3.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17
adequação das medidas a erc avalia a adequação e eficácia das soluções adotadas pelos fornecedores de plataformas de partilha de vídeo para concretização do disposto no artigo anterior. alterações aditado pelo/a artigo 3.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17
corregulação e autorregulação no âmbito das matérias tratadas nos artigos 69.º-a a 69.º-c, a erc incentiva a adoção de mecanismos de corregulação e autorregulação nos termos e para os fins previstos no artigo 6.º alterações aditado pelo/a artigo 3.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2020-02-17
resolução de litígios
1 - os fornecedores de plataformas de partilha de vídeos disponibilizam mecanismos de resolução alternativa de litígios aos utilizadores que partilham vídeos por si gerados nos serviços de plataformas de partilha de vídeos, bem como ao público destas, com respeito pelos direitos fundamentais dos intervenientes.
2 - os regulamentos aplicáveis são publicados no portal da plataforma na internet, não carecendo de constituição de advogado o exercício de direitos.
3 - os custos de utilização dos mecanismos criados são integralmente suportados pelos fornecedores das plataformas de partilha de vídeos, só podendo ser imputados à contraparte quando esta litigue de má-fé.
4 - caso o fornecedor de plataformas de partilha de vídeo, para efeitos do cumprimento do disposto no n.º 1, adira a um centro de arbitragem, fica dispensado do cumprimento do disposto no n.º 2.
5 - o disposto no presente artigo não impede o recurso aos tribunais comuns nos termos gerais. alterações aditado pelo/a artigo 3.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2020-02-17
responsabilidade
responsabilidade civil
responsabilidade civil
1 - na determinação das formas de efectivação da responsabilidade civil emergente de factos cometidos através de serviços de programas televisivos ou de serviços audiovisuais a pedido observam-se os princípios gerais.
2 - os operadores de televisão ou os operadores de serviços audiovisuais a pedido respondem solidariamente com os responsáveis pela transmissão de materiais previamente gravados, com excepção dos transmitidos ao abrigo do direito de antena, de réplica política, de resposta e de rectificação ou no decurso de entrevistas ou debates protagonizados por pessoas não vinculadas contratualmente ao operador. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
regime sancionatório
crimes cometidos por meio de serviços de programas televisivos e de serviços audiovisuais a pedido
1 - os actos ou comportamentos lesivos de interesses jurídico-penalmente protegidos perpetrados através de serviços de programas televisivos ou de serviços audiovisuais a pedido são punidos nos termos gerais, com as adaptações constantes dos números seguintes.
2 - sempre que a lei não estabelecer agravação em razão do meio de perpetração, os crimes cometidos através de serviços de programas televisivos ou de serviços audiovisuais a pedido que não estejam previstos na presente lei são punidos com as penas estabelecidas nas respectivas normas incriminadoras, elevadas de um terço nos seus limites mínimo e máximo.
3 - o director referido no artigo 35.º apenas responde criminalmente quando não se oponha, podendo fazê-lo, à prática dos crimes referidos no n.º 1, através das acções adequadas a evitá-los, caso em que são aplicáveis as penas cominadas nos correspondentes tipos legais, reduzidas de um terço nos seus limites.
4 - tratando-se de declarações correctamente reproduzidas ou de intervenções de opinião, prestadas por pessoas devidamente identificadas, só estas podem ser responsabilizadas, salvo quando o seu teor constitua incitamento ao ódio racial, religioso, político ou gerado pela cor, origem étnica ou nacional, pelo sexo ou pela orientação sexual, ou à prática de um crime, e a sua transmissão não possa ser justificada por critérios jornalísticos.
5 - no caso de emissões não consentidas, responde quem tiver determinado a respectiva transmissão.
6 - os técnicos ao serviço dos operadores de televisão ou dos operadores de serviços audiovisuais a pedido não são responsáveis pelas emissões a que deram o seu contributo profissional se não lhes for exigível a consciência do carácter criminoso do seu acto. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
actividade ilegal de televisão
1 - quem exercer a actividade de televisão sem para tal estar legalmente habilitado é punido com prisão até 3 anos ou com multa até 320 dias.
2 - são declarados perdidos a favor do estado os bens utilizados no exercício da actividade de televisão sem habilitação legal, sem prejuízo dos direitos de terceiros de boa fé, nos termos do artigo 110.º do código penal.
3 - o disposto no n.º 1 é nomeadamente aplicável em caso de: a) exercício da actividade por entidade diversa da que foi licenciada ou autorizada;
desobediência qualificada
1 - os responsáveis pela orientação e supervisão do conteúdo das emissões televisivas ou pela seleção e organização do catálogo dos serviços audiovisuais a pedido, ou quem os substitua, incorrem no crime de desobediência qualificada quando, com o intuito de impedir os efeitos visados: a) não acatarem a decisão do tribunal que ordene a transmissão de resposta ou de retificação, ao abrigo do disposto no n.º 6 do artigo 68.º; b) recusarem a difusão de decisões judiciais, nos termos do artigo 91.º; c) não cumprirem as deliberações da entidade reguladora para a comunicação social relativas ao exercício dos direitos de antena, de réplica política, de resposta ou de retificação; d) não cumprirem decisão de suspensão da transmissão ou retransmissão dos serviços de programas televisivos, da oferta de serviços audiovisuais a pedido ou dos respetivos programas.
2 - incorrem ainda em crime de desobediência qualificada as entidades que não acatarem a decisão da entidade reguladora para a comunicação social que determine a suspensão de retransmissão, nos termos do disposto no artigo 86.º alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
atentado contra a liberdade de programação e informação
1 - quem impedir ou perturbar o exercício da atividade televisiva ou a oferta ao público de serviços audiovisuais a pedido, ou apreender ou danificar materiais necessários ao exercício de tais atividades, fora dos casos previstos na lei e com o intuito de atentar contra a liberdade de programação e informação, é punido com prisão até 2 anos ou com multa até 240 dias se pena mais grave lhe não couber nos termos da lei penal.
2 - tratando-se de serviços de programas de cobertura local, o limite mínimo e máximo das contraordenações previstos no número anterior é reduzido para um terço.
3 - a negligência é punível, sendo reduzidos à metade os limites mínimos e máximos das coimas previstos nos números anteriores. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
contra-ordenações leves
1 - é punível com coima de (euro) 7500 a (euro) 37 500: a) a inobservância do disposto na alínea b) do n.º 5 do artigo 3.º, no artigo 4.º-a, no n.º 3 do artigo 19.º, no n.º 6 do artigo 27.º, no artigo 29.º, no n.º 6 do artigo 40.º-b, no n.º 2 do artigo 41.º-b, no artigo 42.º, no n.º 5 do artigo 44.º e nos artigos 45.º, 46.º e 58.º; b) o incumprimento do disposto na primeira parte do n.º 1 do artigo 60.º; c) a omissão da menção a que se refere a segunda parte do n.º 6 do artigo 68.º
contra-ordenações graves
1 - é punível com coima de (euro) 200 000 a (euro) 150 000: a) a inobservância do disposto nos n.os 1, 6, 8 e 9 do artigo 25.º, nos n.os 4 e 10 do artigo 27.º, no n.º 1 do artigo 30.º, no n.º 5 do artigo 32.º, nos n.os 4 e 5 do artigo 33.º, nos artigos 35.º a 37.º, nos artigos 40.º e 40.º-a, nos n.os 1 a 5 do artigo 40.º-b, nos artigos 41.º e 41.º-a, nos n.os 1 e 3 do artigo 41.º-b, nos n.os 2 e 3 do artigo 41.º-d, no artigo 43.º, nos n.os 1 a 3 do artigo 44.º, no artigo 49.º, no n.º 4 do artigo 59.º, nos n.os 1 e 4 do artigo 61.º, nos n.os 2 e 3 do artigo 64.º, no artigo 69.º, nas alíneas d) a j) do n.º 1 do artigo 69.º-b e no n.º 1 do artigo 92.º; b) a omissão da informação a que se refere o n.º 1 do artigo 68.º; c) a violação do disposto no artigo 20.º e na segunda parte do n.º 1 do artigo 60.º e dos prazos fixados no n.º 1 do artigo 66.º e no n.º 6 do artigo 68.º; d) a inobservância das condições de inclusão de funcionalidades que permitam a passagem para ambiente interactivo que contenha publicidade prevista no n.º 1 do artigo 41.º-d; e) o não cumprimento, por qualquer operador de televisão e de serviços audiovisuais a pedido, das obrigações previstas no n.º 3 do artigo 30.º e nos n.os 2 e 4 do artigo 34.º-a; f) a violação da integridade dos programas e serviços de comunicação social audiovisual, nos termos do artigo 10.º-a.
2 - tratando-se de serviços de programas de cobertura local, os limites mínimo e máximo das contra-ordenações previstas no número anterior são reduzidos para um terço.
3 - a negligência é punível, sendo reduzidos a metade os limites mínimos e máximos das coimas previstos nos números anteriores. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17 alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 40/2014 - diário da república n.º 130/2014, série i de 2014-07-09, em vigor a partir de 2014-07-10, produz efeitos a partir de 2014-07-01 alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
contra-ordenações muito graves
1 - é punível com coima de 75 000 (euro) a 375 000 (euro): a) a inobservância do disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 40.º-b, no n.º 2 do artigo 7.º, nos artigos 11.º e 12.º, no n.º 1 do artigo 21.º, nos n.os 2 e 3 do artigo 25.º, nos n.os 2, 3 e 5 do artigo 27.º, no artigo 31.º, nos n.os 2 e 6 do artigo 32.º, nos n.os 1 e 3 do
b) a violação, por qualquer operador, das garantias de cobertura e obrigações de faseamento a que se encontra vinculado; c) a violação, por qualquer operador, do disposto no n.º 2 do artigo 30.º e do direito previsto no n.º 1 do artigo 66.º; d) a exploração de serviços de programas televisivos por entidade diversa do titular da licença ou da autorização; e) a negação do exercício do direito de antena às entidades que a ele tenham direito nos termos do n.º 1 do artigo 59.º.
2 - é punível com a coima prevista no número anterior a retransmissão de serviços de programas televisivos ou de programas que violem o disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 27.º quando: a) os direitos sobre os conteúdos em causa forem adquiridos com conhecimento da sua natureza; ou b) tratando-se de retransmissões de conteúdos provenientes de países não pertencentes à união europeia, a infração seja manifesta e notória e o operador de distribuição não impossibilite o acesso aos respetivos conteúdos.
3 - a aplicação das coimas previstas no n.º 1 implica a suspensão entre 1 e 10 dias, consoante a gravidade do ilícito: a) da licença ou autorização do serviço de programas televisivo ou da transmissão do programa em que for cometida; b) da disponibilização de todo o catálogo ou do programa do serviço audiovisual a pedido.
4 - tratando-se de serviços de programas de cobertura local, os limites mínimo e máximo das contraordenações previstas no n.º 1 são reduzidos para um terço.
5 - a negligência é punível, sendo reduzidos à metade os limites mínimos e máximos das coimas previstas nos números anteriores. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17 alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
contra-ordenações praticadas por serviços audiovisuais a pedido revogado alterações revogado pelo/a artigo 10.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17
responsáveis
1 - pelas contra-ordenações previstas nos artigos anteriores responde o operador em cujo serviço de programas televisivo ou serviço de programas audiovisual a pedido tiver sido cometida a infração, exceto quanto à violação do n.º 2 do artigo 60.º, pela qual responde o titular do direito de antena.
2 - o operador de distribuição responde pelas contra-ordenações que lhe sejam imputáveis nos termos do artigo 25.º e do n.º 2 do artigo 77.º alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
infração cometida em tempo de antena a violação do disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 27.º e no n.º 2 do artigo 60.º, prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 77.º, quando cometida no exercício do direito de antena, é ainda, consoante a gravidade da infração, punida com a sanção acessória de suspensão do exercício do mesmo direito por períodos de 3 a 12 meses, com um mínimo de 6 a 12 meses em caso de reincidência, sem prejuízo de outras sanções previstas na lei.
atenuação especial e dispensa da suspensão e da coima
1 - caso se verifiquem as circunstâncias das quais a lei geral faz depender a atenuação especial da pena: a) em caso de contra-ordenação leve ou grave, aplica-se o disposto no n.º 3 do artigo 18.º do decreto-lei n.º 433/82, de 27 de outubro; b) em caso de contra-ordenação muito grave, os limites da coima são reduzidos em um terço, podendo não ser decretada a suspensão da licença ou da autorização do serviço de programas, ou da transmissão do programa.
2 - em caso de contra-ordenação leve pode o agente ser dispensado da coima se se verificarem as circunstâncias das quais a lei penal geral faz depender a dispensa da pena.
3 - o operador pode ser dispensado de coima em caso de violação dos limites de tempo de publicidade estabelecidos no artigo 40.º quando o incumprimento desse limite ocorrer pontualmente e por motivos de carácter excepcional devidamente justificados, designadamente o atraso ou prolongamento imprevisto da emissão, e se verificar que, no conjunto dessa hora, da anterior e da seguinte, foi respeitado o limite acumulado da publicidade previsto naquela disposição.
agravação especial se o operador cometer uma contra-ordenação depois de ter sido sancionado, há menos de um ano, por outra contra-ordenação prevista na presente lei, os limites mínimo e máximo da coima e da suspensão da transmissão são elevados para o dobro.
revogação da licença ou da autorização
1 - a violação do disposto no n.º 2 do artigo 7.º, no n.º 1 do artigo 21.º, nos n.os 2 e 3 do artigo 25.º, nos n.os 2 e 3 do artigo 27.º, no artigo 31.º, nos n.os 2 e 6 do artigo 32.º, no n.º 1 do artigo 33.º, no n.º 1 do artigo 39.º, no n.º 1 do artigo 59.º, no n.º 2 do artigo 60.º e no n.º 1 do artigo 66.º e a violação das obrigações de cobertura e obrigações de faseamento a que o operador se encontra vinculado em serviços de programas televisivos que já tenham sido objecto de outras duas contra-ordenações da mesma gravidade pode dar lugar à revogação da respectiva licença ou autorização.
2 - para efeitos do disposto no número anterior, qualquer contra-ordenação deixa de ser tomada em conta quando, entre a condenação da sua prática e a da contra-ordenação seguinte, tiver decorrido mais de dois anos.
3 - a violação do disposto no artigo 12.º e no n.º 2 do artigo 30.º pode, atendendo à gravidade do ilícito, dar lugar à revogação da licença ou autorização dos serviços de programas televisivos em que tenha sido cometida.
4 - a violação do disposto no artigo 20.º pode dar lugar à fixação, pela entidade reguladora para a comunicação social, de um novo prazo para o início das emissões, findo o qual, em caso de persistência do incumprimento, é revogada a licença ou autorização.
5 - a violação reiterada do disposto nas alíneas a) a c) do n.º 1 do artigo 73.º pode dar lugar à revogação da licença ou autorização dos serviços de programas televisivos em que tenha sido cometida.
6 - a violação da alínea d) do n.º 1 do artigo 73.º pode dar lugar à revogação da licença ou autorização dos serviços de programas televisivos em que tenha sido cometida.
suspensão da execução
1 - pode ser suspensa a execução da suspensão da licença ou da autorização do serviço de programas, ou da transmissão do programa, por um período de três meses a um ano, caso se verifiquem os pressupostos de que a lei penal geral faz depender a suspensão da execução das penas e o operador não tiver sido sancionado por contra-ordenação há pelo menos um ano.
2 - a suspensão da execução pode ser condicionada à prestação de caução de boa conduta, a fixar entre (euro) 20 000 a (euro) 150 000, tendo em conta a duração da suspensão.
3 - a suspensão da execução é sempre revogada se, durante o respetivo período, o infrator cometer contra-ordenação muito grave.
4 - a revogação determina o cumprimento da suspensão cuja execução estava suspensa e a quebra da caução.
processo abreviado
1 - no caso de infração ao disposto nos n.os 1 e 2 do artigo 40.º e em qualquer outro em que a entidade reguladora para a comunicação social dispuser de gravação ou outro registo automatizado dos factos que constituem a infração, logo que adquirida a notícia da infração, o operador será notificado: a) dos factos constitutivos da infração; b) da legislação infringida; c) das sanções aplicáveis; d) do prazo concedido para apresentação da defesa.
2 - o arguido pode, no prazo de 20 dias a contar da notificação, apresentar a sua defesa, por escrito, com a indicação de meios de prova que entenda dever produzir-se.
suspensão cautelar da transmissão revogado alterações revogado pelo/a artigo 8.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
receção e retransmissão de serviços de comunicação social audiovisual
1 - nos domínios a que se aplica a diretiva serviços de comunicação social audiovisual, é garantida a liberdade de receção e de retransmissão no território nacional dos serviços de comunicação social audiovisual provenientes de outros estados-membros.
2 - as liberdades referidas no número anterior apenas podem ser impedidas, limitadas e ou suspensas nos casos e nos termos previstos no artigo 3.º da diretiva serviços de comunicação social audiovisual.
3 - os atos e procedimentos que, nos termos do artigo 3.º da diretiva serviços de comunicação social audiovisual, incumbam ao estado português são exercidos pela erc, que informa sem demora indevida o membro do governo responsável pela área da comunicação social de todas as comunicações recebidas, bem como das realizadas e das atuações empreendidas.
deslocalização de emissões
1 - a erc pode adotar medidas adequadas, necessárias e proporcionais à cessação de infrações cometidas através de serviços de programas de televisão, bem como por serviços audiovisuais a pedido, fornecidos por operadores sob jurisdição de outro estado-membro quando verifique que tais serviços são total ou principalmente dirigidos ao território português e que os respetivos operadores se estabeleceram noutro estado-membro para contornar as regras mais rigorosas a que ficariam sujeitos sob jurisdição do estado português.
2 - para concretização do disposto no número anterior, a erc segue o disposto nos n.os 2 a 7 do artigo 4.º da diretiva serviços de comunicação social audiovisual, empreendendo as diligências que se mostrem necessárias junto da comissão europeia e das autoridades competentes de estados-membros.
3 - caso entenda que, nos termos do n.º 2 do artigo 4.º da diretiva serviços de comunicação social audiovisual, se deve convidar o comité de contacto para analisar a questão, a erc solicita ao membro do governo responsável pela área da comunicação social que diligencie nesse sentido.
4 - nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 4.º da diretiva serviços de comunicação social audiovisual, cabe à erc cooperar com as autoridades competentes dos demais estados-membros, avaliando as solicitações que lhe sejam dirigidas e, caso reconheça que um operador de televisão ou de serviços audiovisuais a pedido sob a jurisdição do estado português fornece um serviço de programas televisivo ou um serviço audiovisual a pedido dirigido total ou principalmente ao território de outro estado-membro e se estabeleceu em portugal para se furtar ao cumprimento de regras mais pormenorizadas ou mais rigorosas de interesse público geral em vigor naquele, adota as medidas que se mostrem adequadas, necessárias e proporcionais.
5 - a erc informa, sem demora indevida, o membro do governo responsável pela área da comunicação social dos pedidos e comunicações que receba e efetue nos termos dos números anteriores. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17
limitações à oferta de serviços audiovisuais a pedido
1 - a erc pode, de modo proporcional aos objetivos a tutelar, impedir a oferta de programas incluídos em catálogos de serviços audiovisuais a pedido que violem o disposto nos n.os 1, 2 e 5 do artigo 27.º
2 - (revogado.)
3 - (revogado.)
4 - (revogado.)
5 - (revogado.) alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17
cooperação com entidades reguladoras de outros estados-membros e com a comissão europeia
1 - tendo em vista a aplicação do disposto nos artigos 3.º, 86.º e 86.º-a, bem como a aplicação das disposições constantes dos artigos 2.º a 4.º da diretiva serviços de comunicação social audiovisual, a erc coopera com as autoridades competentes na matéria nos demais estados-membros e com a comissão europeia, quer correspondendo-se diretamente com aquela, quer habilitando o membro do governo responsável pela área da comunicação social nas matérias em que deva ser este a promover as diligências.
2 - quando a erc receber informações de um fornecedor de serviços de comunicação social audiovisual sob jurisdição do estado português que prestará um serviço total ou principalmente dirigido ao público de outro estado-membro, transmite tal informação à autoridade ou entidade reguladora nacional do estado-membro visado.
3 - quando a erc receber da autoridade ou entidade reguladora de um estado-membro cujo território é visado por um operador de serviços de comunicação social sob a jurisdição do estado português um pedido relativo às atividades desse operador, responde ao pedido no prazo de dois meses, salvo se estiver vinculada a prazo mais curto. alterações aditado pelo/a artigo 3.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17
disposições especiais de processo
forma do processo o procedimento pelas infrações criminais cometidas através de serviços de programas televisivos e serviços audiovisuais a pedido regem-se pelas disposições do código de processo penal e da legislação complementar, com as especialidades decorrentes da presente lei. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
competência territorial
1 - para conhecer dos crimes previstos na presente lei é competente o tribunal da comarca do local onde o operador tenha a sua sede ou representação permanente.
2 - excetuam-se do disposto no número anterior os crimes cometidos contra o bom nome e reputação, a reserva da vida privada ou outros bens da personalidade, cuja apreciação é da competência do tribunal da comarca do domicílio do ofendido.
3 - no caso de transmissões televisivas por entidade não habilitada nos termos da lei, e não sendo conhecido o elemento definidor da competência nos termos do n.º 1, é competente o tribunal judicial da comarca de lisboa.
suspensão cautelar em processo por crime revogado alterações revogado pelo/a artigo 8.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
regime de prova
1 - para prova dos pressupostos do exercício dos direitos de resposta ou de rectificação, e sem prejuízo de outros meios admitidos por lei, o interessado pode requerer, nos termos do artigo 528.º do código de processo civil, que a entidade emissora seja notificada para apresentar, no prazo da contestação, as gravações do programa respectivo.
2 - para além da referida no número anterior, só é admitida prova documental que se junte com o requerimento inicial ou com a contestação.
difusão das decisões
1 - a requerimento do ministério público ou do ofendido, e mediante decisão judicial, a parte decisória das sentenças condenatórias transitadas em julgado por crimes cometidos através de serviços de programas televisivos e de serviços audiovisuais a pedido, assim como a identidade das partes, é difundida pelo respectivo operador.
2 - o acusado em processo crime noticiado através de serviços de programas televisivos e posteriormente absolvido por sentença transitada em julgado pode requerer ao tribunal que o teor dessa sentença seja igualmente noticiado pela entidade emissora, no mesmo serviço de programas televisivo em horário, espaço e com destaque televisivo equivalentes.
3 - no caso dos serviços audiovisuais a pedido, à situação prevista no número anterior é aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto nas alíneas b) dos n.os 2 e 3 do artigo 69.º, relativos à transmissão da resposta ou rectificação.
4 - a difusão da parte decisória das sentenças a que se referem os números anteriores deve efectuar-se de modo a salvaguardar os direitos de terceiros. alterações alterado pelo/a artigo 2.º da/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
conservação do património televisivo
depósito legal
1 - os registos das emissões qualificáveis como de interesse público, em função da sua relevância histórica ou cultural, ficam sujeitos a depósito legal, para efeitos de conservação a longo prazo e acessibilidade aos investigadores.
2 - o depósito legal previsto no número anterior é regulado por diploma próprio, que salvaguardará os interesses dos autores, dos produtores e dos operadores.
3 - o estado promove igualmente a conservação a longo prazo e a acessibilidade pública dos registos considerados de interesse público anteriores à promulgação do diploma regulador do depósito legal, através de protocolos específicos celebrados com cada um dos operadores. alterações alterado pelo/a artigo 2.º da/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11
disposições finais e transitórias
competências de regulação
1 - salvo disposição legal em contrário, compete à entidade reguladora para a comunicação social a regulação das matérias previstas no presente diploma e a fiscalização do seu cumprimento.
2 - compete à erc a instrução dos processos de contraordenação e ao conselho regulador a aplicação das coimas correspondentes.
3 - a receita das coimas reverte em 60 % para o estado e em 40 % para a entidade reguladora para a comunicação social. alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17
literacia mediática a erc, até 30 de novembro de 2022 e, posteriormente, de três em três anos, publica no seu sítio na internet e remete ao membro do governo responsável pela área da comunicação social, para que este diligencie o seu envio à comissão europeia, relatório relativo à evolução das competências em literacia mediática em portugal. alterações aditado pelo/a artigo 3.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17
proteção de dados relativos a crianças e jovens os dados pessoais de crianças e jovens recolhidos ou gerados pelos operadores de serviços de programas televisivos, pelos operadores de serviços audiovisuais a pedido ou pelos fornecedores de plataformas de partilha de vídeos nos termos dos n.os 3, 5 e 6 do artigo 27.º e das alíneas e) e f) do artigo 69.º-c, não podem ser tratados para efeitos comerciais, como o marketing direto, a definição de perfis ou a publicidade orientada em função do comportamento, respeitando o previsto no regulamento geral de proteção de dados em conjugação com a lei de proteção de crianças e jovens em perigo, designadamente no que reporta à eventual obtenção de consentimento por parte de quem exerça as responsabilidades parentais.» alterações aditado pelo/a artigo 3.º do/a lei n.º 74/2020 - diário da república n.º 226/2020, série i de 2020-11-19, em vigor a partir de 2021-02-17
reserva de capacidade
1 - na atribuição de direitos de utilização de frequências para o serviço de radiodifusão televisiva digital terrestre de cobertura nacional de acesso não condicionado livre é reservada capacidade de transmissão para os serviços de programas televisivos difundidos em modo analógico por via hertziana terrestre detidos pelos operadores licenciados ou concessionados à data da entrada em vigor da presente lei.
2 - o direito a que se refere o número anterior deve ser exercido junto da entidade reguladora para a comunicação social pelos operadores interessados, sob pena de caducidade, no prazo de 60 dias após a data da atribuição do direito de utilização daquelas frequências.
3 - o não exercício do direito previsto nos números anteriores não prejudica o disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 25.º da presente lei.
alterações supervenientes a atribuição de novas licenças ou autorizações bem como a modificação do quadro legislativo existente não constituem fundamento para que os operadores de televisão aleguem alteração das condições de exercício da actividade, em termos de equilíbrio económico e financeiro, nem conferem direito a qualquer indemnização.
remissões consideram-se efectuadas para as correspondentes disposições da presente lei as remissões efectuadas para a lei n.º 32/2003, de 22 de agosto.
norma transitória
1 - o disposto no n.º 1 do artigo 22.º não prejudica a contagem dos prazos das licenças e das autorizações em curso.
2 - o disposto no artigo 23.º é aplicável às licenças ou autorizações detidas pelos operadores em exercício à data da entrada em vigor da presente lei, devendo a primeira avaliação intercala ocorrer no final do 1.º ou do 2.º quinquénio subsequente à data da atribuição ou da última renovação, consoante o caso.
3 - as normas da presente lei são plenamente aplicáveis às empresas que, à data da sua entrada em vigor, exerçam, de facto, uma actividade de televisão, tal como definida na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º alterações alterado pelo/a artigo 2.º do/a lei n.º 40/2014 - diário da república n.º 130/2014, série i de 2014-07-09, em vigor a partir de 2014-07-10, produz efeitos a partir de 2014-07-01
norma revogatória
1 - são revogados: a) a lei n.º 32/2003, de 22 de agosto; b) o decreto-lei n.º 237/98, de 5 de agosto.
2 - os artigos 4.º e 5.º da lei n.º 32/2003, de 22 de agosto, mantêm-se contudo em vigor até à entrada em vigor do novo regime jurídico que regula a transparência da propriedade e a concentração da titularidade nos meios de comunicação social. alterações alterado pelo/a artigo 8.º do/a lei n.º 8/2011 - diário da república n.º 71/2011, série i de 2011-04-11, em vigor a partir de 2011-05-11